Os corpos de quatro israelitas mantidos como reféns em Gaza regressaram a Israel na quinta-feira, 20, na última libertação ao abrigo de um cessar-fogo entre Israel e o grupo militante Hamas.
Entre os libertados contavam-se os prisioneiros mais jovens - o bebé Kfir Bibas, que tinha 9 meses quando foi raptado, e o seu irmão de 4 anos, Ariel Bibas - e a sua mãe, Shiri Bibas.
Os reféns foram raptados do Kibbutz Nir Oz pelo Hamas a 7 de outubro de 2023. O vídeo do rapto mostra Shiri Bibas a envolver os rapazes num cobertor e a ser levada por homens armados.
Os rapazes e a mãe foram mortos num ataque aéreo israelita em novembro de 2023, segundo o Hamas. O pai, Yarden Bibas, foi raptado separadamente e devolvido vivo no início deste mês.
O corpo de Oded Lifshitz, residente em Nir Oz, que tinha 83 anos quando foi raptado de sua casa, também foi libertado.
Centenas de pessoas reuniram-se na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, onde o Hamas entregou quatro caixões pretos à Cruz Vermelha, que os transportou num comboio e os entregou ao exército israelita.
O cortejo israelita passou por zonas onde as pessoas se juntaram na berma da estrada com bandeiras israelitas e os corpos chegaram várias horas mais tarde ao Centro Nacional de Medicina Legal em Telavive para confirmação das suas identidades.
O governo israelita apelidou o Hamas de “culto da morte”, depois de ter exibido caixões com os corpos de quatro reféns mortos.
“O Hamas não é um movimento de resistência. O Hamas é um culto da morte que assassina, tortura e faz desfilar cadáveres”, disse o porta-voz do governo, David Mencer, aos jornalistas.
O grupo de direitos humanos da ONU denunciou esta quinta-feira a forma “abominável e cruel” como o Hamas encenou a entrega dos corpos de quatro reféns a Israel.
“O desfile de corpos da forma como foi visto esta manhã é abominável e cruel, e vai contra o direito internacional”, disse o gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos. “Apelamos a que todas as devoluções sejam efectuadas em privacidade, com respeito e cuidado”, acrescentou.
“Nos termos do direito internacional, qualquer entrega dos restos mortais de um falecido deve respeitar a proibição de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, garantindo o respeito pela dignidade do falecido e das suas famílias”, declarou a ONU num comunicado.
Com AFP
Fórum