Os guineensses estão, neste domingo (4), a escolher um novo Parlamento, num processo que é visto como uma tentativa de busca de estabilidade, mais de um ano após o presidente Umaro Sissoco Embalo dissolver o anterior por acusações de corrupção.
O país da África Ocidental, com quase 2 milhões de habitantes, tem visto frequentes turbulências políticas, com, pelo menos, 10 golpes ou tentativas de golpe, desde que conquistou a independência de Portugal em 1974.
Mais de 20 partidos políticos e coligações disputam lugares nas eleições deste domingo, incluindo o antigo partido governante PAIGC e o seu rival MADEM G15.
Dado o campo de actuação fragmentado, analistas e políticos duvidam que surja uma clara maioria.
"Não haverá vencedor com maioria absoluta nestas eleições. É impossível", disse o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam. "Nenhum partido está pronto para governar a Guiné-Bissau sozinho."
No sistema político actual, o partido ou coligação majoritária nomeia o governo, mas o presidente tem o poder de demiti-lo em determinadas circunstâncias. Isso levou a um impasse político e lutas internas no passado.
As ilhas atlânticas dispersas do país atraem turistas, mas também traficantes de cocaína em rota da América do Sul para a Europa.
A economia encontra-se muitas vezes refém da volatilidade do preço da castanha de caju, principal fonte de rendimento de mais de dois terços dos agregados familiares. A discórdia política é frequente.
As eleições disputadas em 2019 resultaram num breve período em que dois presidentes e dois primeiros-ministros afirmaram deter o poder.
A última tentativa de golpe foi em Fevereiro do ano passado, quando homens armados invadiram um complexo do governo onde Embaló realizava uma reunião de gabinete.
Embaló, que manteve o poder, vinculou o incidente ao crescente tráfico de drogas no país.
O ex-general do exército lançou o país num caos ainda maior em Maio de 2022, quando demitiu o governo, ajudando a atrasar as eleições locais em meses.
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