O Governo moçambicano diz que a partir dos próximos três anos a economia nacional deverá beneficiar de mais de nove mil milhões de dólares de investimentos no sector de gás, mas analistas consideram que não é estrategicamente correcto continuar a apostar numa política económica assente no capital externo.
Com a relativa subida do preço do gás no mercado internacional, o país está neste momento com as atenções viradas para os projectos na área dos hidrocarbonetos
São projectos importantes, disse Lourenço Sambo, director-geral da Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX), destacando que até Março passado, o Estado moçambicano já tinha arrecadado cerca de oito dos nove mil milhões de dólares previstos para este ano.
Entretanto, alguns analistas acreditam que o gás possa ter impacto na economia moçambicana, sobretudo no crescimento do Produto Interno Bruto, mas advertem que essa subida não deverá manter-se por muito tempo.
É que, dizem, o gás é, ao mesmo tempo, uma vantagem e um constrangimento ao desenvolvimento de outros sectores.
Um dos sectores mais afectados é o da agricultura, apesar do seu enorme potencial no combate à pobreza.
O Governo diz que a entrada de capital vai fazer com que, nos próximos dois ou três anos, a economia moçambicana seja diferente da de hoje.
Entretanto, o economista João Mosca afirma que a entrada de capital e as exportações são os aspectos que " provocaram o tal crescimento económico que se dizia robusto, mas que não era, e que a posterior, provocaram a crise em que estamos hoje".