O Governo chinês disponibilizou a Moçambique cerca de 18 milhões de dólares, numa altura em que em alguns círculos de opinião se afirma que Maputo pode estar a inclinar-se para aquele país asiático face ao corte do apoio ocidental ao Orçamento de Estado moçambicano, após a descoberta das chamadas dívidas ocultas.
O valor foi anunciado na terça-feira, 11, em Maputo, na sequência da visita que o ministro chinês da Defesa, Chang Wan Quan, está a efectuar a Moçambique, e destina-se a financiar a construção de um quartel para as forças armadas moçambicanas.
O anúncio é feito numa altura em que alguns analistas dizem que Moçambique poderá inclinar-se para a China pelo facto deste país não impor condições políticas nem económicas na sua cooperação com outros países.
Contudo, para o economista João Mosca, "esperar-se que a China vá resolver os problemas é uma pura ilusão, tanto mais que tenho dúvidas sobre quais são as estratégias de longo prazo, da China, em relação a Moçambique".
De acordo com aquele economista, a China tem grandes investimentos em muitos países africanos, "mas não acontece isto tanto em Moçambique, embora as relações comerciais e mesmo de investimento estejam a aumentar, mas não são em volumes tão grandes como isso, nem são tão pouco investimentos em sectores fundamentais".
Por seu turno, Francisco Matsinhe considera que o ponto de partida das relações entre a China e Moçambique incide na política externa chinesa e a sua projecção de poder em África, sublinhando o economista que aquele país asiático “se assume como principal agente de intervenção numa cooperação que se pretende mutuamente vantajosa”.
Entretanto, há quem afirme que, nos últimos anos, a China não tem sido um investidor política e socialmente reconhecido a nível nacional, devido ao tipo de actividade que faz e também às questões ligadas ao nível de impunidade que os investimentos chineses têm.