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Estrangeiros sentem-se bem acollhidos em Cabo Verde


Cidade da Praia, Cabo Verde
Cidade da Praia, Cabo Verde

Mas alguns lamentam dificuldades na obtenção de documentos.

O arquipélago cabo-verdiano é conhecido como um país de emigração, já que possui uma vasta diáspora espalhada pelos países europeus, africanos e americanos.

Estrangeiros sentem-se bem acollhidos em Cabo Verde
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Mas com o andar dos tempos, sobretudo a partir da década de noventa, Cabo Verde passou a ser um país de imigração, recebendo cidadãos oriundos maioritariamente do continente africano, que procuram as ilhas para viver e trabalhar.

A VOA conseguiu apurar que foram emitidas cerca de 10.809 autorizações de residência entre 2000 e 2016, mas estima-se que estejam a residir no arquipélago perto de 20 mil estrangeiros.

No que se refere à deportação, dados disponíveis apontam para a expulsão administrativa por permanência irregular de 33 pessoas entre 2012 e 2016, e 38 indivíduos expulsos judicialmente por tráfico de estupefacientes.

Sendo um país de grande emigração, o fenómeno de imigração apanhou as autoridades de surpresa, daí a procura de parceiros para a criação de condições que facilite o melhor acolhimento e inserção das pessoas que escolheram Cabo Verde para viver e trabalhar.

Nesta óptica, o Governo aprovou um plano estratégico nacional de imigração em 2012.

A directora geral da Imigração afirma que já se fez progressos assinaláveis, mas reconhece haver ainda dificuldades, algumas que ultrapassam a própria vontade das autoridades.

Carmem Barros diz que as autoridades estão empenhadas na melhoria do serviço prestado, mas salienta que os estrangeiros pretendentes a obtenção da autorização de residência no arquipélago devem colaborar mais, uma vez que muitos permanecem no país sem procurar os serviços competentes para solicitar a legalização.

O investigador na área migratória, Francisco Carvalho considera que o país conseguiu criar boas leis nessa matéria, mas advoga a necessidade de uma maior aplicação desses instrumentos.

Para o antigo director geral das Comunidades, é preciso dar-se passos concretos, nomeadamente a afetação de verbas no quadro do orçamento geral do estado para a execução do plano de trabalho no sector migratório.

“Entendo que se deve ter muito cuidado na abordagem dessa questão, já que sendo um país de emigração, Cabo Verde deve tratar bem os imigrantes, de resto o que exigimos para os nossos cidadãos radicados no estrangeiro”, realça Carvalho.

Quanto à fragilidade do país e a entrada de mais imigrantes, o investigador afirma que de momento essa questão não se coloca, uma vez que a percentagem dos estrangeiros a residir nas ilhas ainda está abaixo dos 10 por cento da população.

Por outro lado, Monteiro entende que as escolas e a própria comunicação social devem desenvolver um trabalho pedagógico sobre a questão migratória, para que os cidadãos, sobretudo os jovens, possam ter noção e saber como olhar para os imigrantes a viver país, que merecem respeito e bom tratamento, tal como os emigrantes cabo-verdianos exigem nos países de acolhimento.

Do ponto de vista dos imigrantes radicados em Cabo Verde, alguns estrangeiros abordados pela VOA afirmam sentir-se bem integrados no país, mas lamentam dificuldades na obtenção de documentos de residência.

O presidente da Associação dos guineenses, Idrissa Baldé, espera que o problema seja resolvido, para a satisfação de muitos estrangeiros que residem no arquipélago.

“De uma forma geral somos bem tratados pelos cabo-verdianos, pode haver uma ou outra situação de comportamentos menos correcta para com os imigrantes, mas sentimo-nos bem integrados”, afirmou Baldé.

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