Na semana passada, o Reino Unido deu início formalmente ao processo de saída da União Europeia, o chamado Brexit. Entre os estrangeiros tem havido um grande debate sobre o seu futuro depois da saída do país do bloco europeu, o que deve acontecer dentro de dois anos.
Apesar da existência de alguma ansiedade, vários imigrantes lusófonos admitem que a situação pode não afectá-los tanto, mas a economia já começa a sentir o efeitos, quando muitos estrangeiros procuram a naturalização.
Stephanie Lima, enfermeira e natural de Cabo Verde mas com cidadania portuguesa, reconhece haver alguma ansiedade entre os estrangeiros no Reino Unido e revela que alguns começaram a deixar o país.
"Há uma certa instabilidade porque não se sabe ao certo como será o futuro, consequências e regalias", reconhece Lima, revelando que alguns imigrantes começaram a regressar a Portugal Itália e Espanha, o que acha "ter sido um pouco precipitado.
Apesar de alguns relatos na imprensa sobre actos hostis contra imigrantes, Stephanie Lima diz "que são marginais e não representam o sentir dos britânicos".
O jornalista angolano Ngola Nvungi corrobora essa opinião e desconhece qualquer acto contra algum membro da comunidade angolana.
Apesar de ser uma pessoa muito conhecido no seio dos angolanos, Nvungi garante "nunca ter recebido qualquer informação de qualquer hostilidade ou ofensa aos nossos compatriotas".
Por agora, muitos estrangeiros, nomeadamente brasileiros e os que têm passaporte da União Europeia, correm para se registarem como residentes, facto que, segundo o exilado angolano e estudante universitário Gica Tetembwa, poderá ser determinante para o seu futuro "quando se efectivar a saída do Reino Unido do bloco, o que acontecerá, no mínimo, dentro de dois anos".
Tetembwa afirma que "o mais importante é as pessoas se legalizarem e é o que estão fazer".
No que toca à comunidade angolana, em particular, o jornalista Ngola Nvungi diz que maior parte não teme pelo seu futuro, "em virtude de terem obtido a naturalização britânica depois de terem chegado como refugiados ou asilados".
Entretanto, o que tanto imigrantes como britânicos começam a enfrentar é o aumento da inflação e dos preços dos produtos.
Gica Tetembwa e Stephane Lima exemplificam com "produtos de primeira necessidade que aumentaram de preço e outros feitos nos países europeus que deixaram de exportar para o Reino Unido".
Recorde-se que, na passada semana, o Governo do Reino Unido entregou formalmente à União Europeia o seu pedido de saída do bloco.