A execução numa das ruas do bairro Benfica, na capital angolana, de um suposto marginal por parte de um agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC), continua a provocar muitas reacções em Luanda.
A Procuradoria-Geral da República indicou nesta quinta-feira, 7, que o agente vai aguardar o julgamento em prisão preventiva, enquanto os restantes seis colegas foram libertados.
Ontem, o Observatório para Coesão Social e Justiça em Angola convocou uma marcha para o dia 16 de Março para protestar contra a banalização da criminalidade e as execuções extra-judiciais no país.
Mariano Brás, jornalista do semanário O Crime, considera que o chamado “esquadrão da morte” é um grupo de efectivos do SIC, que funciona junto das comunidades e apenas actua especificamente para matar aqueles indivíduos que, na óptica deles, são uma ameaça para a sociedade.
“Esse grupo é conhecido por ter baixa visibilidade que só actua quando for mesmo para executar”, explica.
Brás cita exemplos da execução de os oito jovens do “Caso Frescura” e de dois actores confundidos como marginais.
Aquele jornalista acrescenta que o grupo está identificado e é do conhecimento do comandante Geral da Polícia Nacional.
“É um grupo conhecido das autoridades”, sublinhou.
A VOA contactou o comissário-chefe Eugénio Pedro Alexandre, director do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que que se mostrou indisponível para prestar qualquer informação.
Entretanto, o comandante geral da Polícia Nacional, comissário chefe Alfredo Eduardo Mingas “Panda”, garantiu à imprensa hoje que “quem pegar em armas terá um tratamento à medida do perigo que ele representa” e reiterou que não vai “permitir que meia dúzia de aventureiros tirem o sono das populações”.
As identidades do agente do SIC e do susposto marginal não foram reveladas.