A notícia de que o agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola filmado a abater a tiro, na região do Benfica, em Luanda, no passado dia 1 de Junho, um alegado assaltante já imobilizado e ferido está em prisão preventiva está a ser considerada de tardia por observadores para quem a Procuradoria Geral da República (PGR) devia ter-se pronunciado antes do Ministério do Interior (Minit).
Mas há quem felicita o Ministério Público.
Num comunicado tornado público nesta quinta-feira, 7, a PGR afirma que "tomou conhecimento dos vídeos postos a circular nas redes sociais” e que "pela natureza do acto, no exercício das suas competências legais, o Ministério Público instaurou o devido procedimento criminal para o apuramento dos factos, tendo sido constituídos arguidos sete agentes do SIC".
O advogado Pedro Capracata considera que a PGR devia ser “o primeiro órgão a se pronunciar sobre o caso e não esperar que fosse o Ministério do Interior a tomar a dianteira”.
Capracata acrescenta esperar “por um julgamento justo de acordo com a lei sem qualquer interferência externa”.
Para o jornalista Ilídio Manuel, a PGR só agiu depois da pressão que a sociedade angolana fez sobre os órgãos de justiça e espera que “este caso não seja arquivado como aconteceu a muitos outros”.
Boa decisão da PGR
Por seu turno, o líder da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, saudou a PGR pela decisão de colocar o autor da execução sob prisão preventiva.
A morte do suposto criminal quando estava imobilizado e ferido está a ser descrita como uma execução sumária por parte do agente do SIC.
O acto foi filmado por uma cidadã e foi rapidamente partilhado nas redes sociais.
Entretanto, as opiniões dos internautas dividem-se entre a crítica e os aplausos à actuação daquele elemento policial, devido ao elevado sentimento de insegurança que se vive na capital angolana.