O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, enviou na manhã desta quarta-feira, 29, uma carta em carácter de urgência ao Chefe de Estado, João Lourenço, na qual repudia o facto de o Governo ter abandonado os restos morais de Jonas Savimbi na região do Andulo, sem a presença da família, ao invés de os entregar no Cuito, como diz ter sido acordado inicialmente.
Não houve ainda qualquer reacção da Presidência da República.
Entretanto, uma delegação da UNITA encabeçada por Joaquim Ernesto Mulato seguiu para o Andulo, onde se encontra a urna com os restos mortais de Savimbi.
Por seu lado, Isaías Samakuva chegou também hoje ao Huambo, para, à semelhança do que aconteceu ontem no Cuito, presidir à noite uma vigília em memória do fundador do partido, na sua residência oficial, mas sem os restos mortais como agendado anteriormente.
O secretário provincial da UNITA no Huambo, Liberty Tchiyaka, denunciou, entretanto, limitações impostas pelo Governo provincial às cerimónias, o que, para ele, é uma "sabotagem e um atentado" ao processo de reconciliação nacional em curso no país.
“O meu problema é a atitude do Governo, que, ao invés de analisar questões da segurança do cidadão, reúne-se por causa de bandeiras e panfletos. Não aceitamos porque isto não contribui para a reconciliação nacional", afirmou Tchiyaka, acrescentando que "os dirigentes do MPLA precisam de apreender a viver na diferença”,
Aquele dirigente denunciou que as limitações que começaram em Luanda e estenderam-se a outras cidades, com destaque para as do Huambo e Bié, onde estão concentradas as atenções das exéquias.
A UNITA garante manter a agenda que prevê o funeral de Jonas Savimbi para sábado, 1 de Junho.