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Ministro acusa UNITA de não respeitar acordo para entrega dos restos mortais de Savimbi


Pedro Sebastião afirma que restos mortais de Savimbi estão no Andulo
Pedro Sebastião afirma que restos mortais de Savimbi estão no Andulo

O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança da Presidência angolana, Pedro Sebastião, acusou a direcção da UNITA de ter impedido os seus representantes de receberem os restos mortais de Jonas Savimbi no Andulo, o que levou a comissão técnica a depositá-los numa unidade militar local.

Em conferência de imprensa nesta terça-feira, 28, Sebastião disse que o Governo pretendia entregar à família hoje a urna com os restos mortais de Savimbi no Andulo, província do Bié, como acordado na comissão técnica porque não tinha possibilidade de transferir os restos mortais do Andulo para o Bié, devido a problemas logísticos.

"Já estávamos no Andulo e a UNITA foi notificada disso. A UNITA queria criar um facto político", acusou o ministro de Estado,que fez saber que o Governo montou, inclusive, uma operação logística, envolvendo um Boeing 737, uma Antonove AN72, um DACH e quatro helicópteros para esta operação.

Aquele governante adiantou que no Andulo começou a receber, às primeiras horas, "sinais de que, a partir do Luena, a UNITA estava a inviabilizar a transladação dos restos mortais do Dr. Savimbi” e, ainda segundo Pedro Sebastião, “a atitude da UNITA baseou-se no sentido de não estarem presentes, na altura da retirada dos restos mortais da capela, onde se encontrava, para a aeronave e fazerem-se acompanhar até ao Bié"..

"Sabemos que é pretensão da UNITA realizar a inumação em Lopitanga, que dista cerca de 30 quilómetros do Andulo, e, portanto, esta localidade era o ponto mais próximo para esta operação e foi no fundo o que se passou", acrescentou.

O presidente da comissão formada por membros do Governo, da UNITA e de familiares de Savimbi para gerir este processo garantiu que "os restos mortais de Jonas Savimbi estão depositados numa unidade militar e quando os familiares ou a UNITA assim o entenderem devem resgatar”, mas advertiu que não pode ser muito tarde “porque a unidade não está vocacionada para esse tratamento".

Pedro Sebastião ainda instoum a família de Savimbi e a UNITA “que acelerem de facto e que vão buscar os restos mortais porque nem sempre temos a disponibilidade para estarmos de um lado ou de outro para tratar de assuntos que, em nosso entender, já há muito deviam estar resolvidos”.

UNITA acusa Governo

Por seu lado, tanto o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, como o porta-voz do partido, Alcides Sakala, acusaram o Governo de mudar os planos à última hora e de “humilhar as exéquias”.

Sakala considerou que o Executivo fez “chantagem” com o corpo de Savimbi.

A UNITA disse que manterá o programa que deve terminar no sábado, 1, com o enterro do seu fundador ao lado dos pais, em Lupitanga, na província do Bié.

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