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Empresários moçambicanos exigem espaço nos negócios de petróleo e gás


Plataforma flutuante de liquefação de gás na Bacia do Rovuma, em Moçambique
Plataforma flutuante de liquefação de gás na Bacia do Rovuma, em Moçambique

Interesses de pessoas ligadas ao poder emperram a aprovação da Lei do Conteúdo Local, diz o pesquisador Adriano Nuvunga

A Associação das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique exige do Governo a aprovação da Lei do Conteúdo Local, porque sem isso, os projectos de petróleo e gás vão beneficiar apenas o grande capital e pessoas ligadas ao poder político e não a maioria dos moçambicanos.

Empresários moçambicanos exigem espaço nos negócios de petróleo e gás
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A exigência surge na sequência da chegada, à bacia do Rovuma, da plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito, em Cabo Delgado, porque, diz a associação, sem essa lei, a plataforma não vai servir os objectivos dos moçambicanos.

"Exigimos que seja aprovada a Lei do Conteúdo Local, que defina a participação de, pelo menos, 10 por cento em actividades deste projecto, através da prestação de serviços, e isso já seria uma salvação para muitas das pequenas e médias empresas moçambicanas", disse Feito Tudo Male, daquela associação.

Para a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), segundo o respectivo director executivo, Eduardo Sengo, os empresários "reclamam porque a divulgação da informação sobre estes projectos de petróleo e gás não tem sido de forma muito ampla".

"É preciso que haja uma lei que estabeleça as provisões e os requisitos que as empresas devem seguir", defende Benjamim Cavele, especialista em conteúdo local.

Poderosos

Entretanto, o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento-CDD, Adriano Nuvunga, diz que interesses de pessoas poderosas ligadas ao poder, estão a emperrar a aprovação da Lei do Conteúdo Local, fundamental para a participação de empresas moçambicanas em projectos de petróleo e gás no país.

Adriano Nuvunga avançou que as grandes empresas internacionais também tiram proveito duma situação em que não há regras estabelecidas sobre como engajar e potenciar empresas locais e jovens moçambicanos que precisam de formação para poderem desenvolver o seu trabalho.

Para o director do CDD, pessoas ligadas ao sistema do poder, aproveitam -se da actual situação de anarquia, para beneficiarem, como indivíduos, dos recursos energéticos, em concertação com as multinacionais.

"Neste momento, não se tem estado a ver seriedade, da parte do Governo, no que diz respeito à aprovação da Lei do Conteúdo Local", disse o director do CDD.

Por seu turno, o empresário Assifo Ossumane, considera que devido a essa situação, o conteúdo local existentes nos projectos de petróleo e gás em Cabo Delgado é mínimo e não permite a maximização dos benefícios sobre a maioria dos moçambicanos.

Ossumane lamenta que até para o fornecimento de comida aos trabalhadores da Total, antes de a companhia interromper as suas actividades em Cabo Delgado, tenha sido contratada uma empresas estrangeira.

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