O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não governamental moçambicana, diz que interesses de pessoas poderosas ligadas ao poder estão a emperrar a aprovação da Lei do Conteúdo Local, fundamental para a participação de empresas nacionais em projectos de petróleo e gás no país.
Para o director do CDD, pessoas ligadas ao sistema do poder aproveitam -se da actual situação de anarquia para beneficiarem, como indivíduos, dos recursos energéticos, em concertação com as multinacionais.
Adriano Nuvunga avança que as grandes empresas internacionais também tiram proveito duma situação em que não há regras estabelecidas sobre como engajar e potenciar empresas locais e jovens moçambicanos que precisam de formação para poderem desenvolver o seu trabalho.
"Neste momento, não se tem estado a ver seriedade, da parte do Governo, no que diz respeito à aprovação da Lei do Conteúdo Local", acusa o director do CDD.
Nuvunga considera que a Lei de Conteúdo Local "pode promover a diversificação da economia, a participação do empresariado nacional no sector dos petróleos, o aumento da produção interna e a redução das importações".
Por seu turno, Elton Chemane, especialista em assuntos ligados ao petróleo e gás, lamenta que até então muito pouco tenha sido feito no sentido de garantir a participação de empresas moçambicanas no desenvolvimento de projectos relacionados com este sector.
Para o economista Eduardo Sengo, é preciso desenvolver a indústria transformadora, por ser aquela que pode permitir “uma maior participação de empresas moçambicanas em projectos de petróleo e gás, para além do seu potencial em termos de criação de postos de trabalho”.