A Federação dos empreiteiros moçambicanos está de costas voltadas com o governo, por causa da alegada subalternização a que se diz estar a sofrer na atribuição de obras públicas no país, que estão a ser dominadas por chineses.
De acordo com Bento Machaila, presidente daquele grupo empresarial, o governo está a entregar todas as grandes obras do Estado a empresas chinesas, deixando os nacionais à deriva.
“O Estado está a fazer um uso abusivo do ajuste directo sob argumentos que não são válidos. Tudo está a ser feito para beneficiar o mesmo grupo,” diz Machaila.
A fonte diz ainda que os empreiteiros chineses estão a nivelar o mercado de tal forma que acabam influenciando o sentido do mercado, avançando para um esquema de monopólio.
“Os chineses estão a criar um cartel na área de construção. Criam empresas em que os donos são os mesmos. Dez empresas criam preços quase iguais só para influenciar na avaliação,” explica.
O analista e comentador de assuntos políticos e sociais, Gil Aníbal, considera que as reclamações dos empreiteiros têm pouca fiabilidade, porque Moçambique é um mercado de livre concorrência e os chineses contam com provas dadas na relação preço-qualidade.
“O governo de Moçambique busca bens e serviços num mercado livre onde todos os atores estão presentes. E no mercado livre uma das regras é o preço e a qualidade, e pela experiência que a China tem na área de construção civil, mostra que tem projectos não só sustentáveis, mas com custos razoáveis” analisa
Como solução para equilibrar a balança, o comentador disse que só com uma lei de conteúdo local se pode inverter a situação.
Procuramos ouvir a reacção do Governo e, através do Ministério das Obras Públicas e Habitação, a única resposta que tivemos foi apenas que o Executivo poderá se pronunciar oportunamente.
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