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Moçambique: Chineses prejudicam sector das pescas, diz relatório


Em Moçambique, na região sul, há escassez de peixe, em parte, porque as maternidades, onde o recurso se deveria reproduzir, foram danificadas pelos “irmãos” chineses, diz um novo relatório do Centro de Integridade Pública.

“Na Baía de Maputo, uma das áreas de maior incidência dos chineses, os níveis de captura baixaram drasticamente”, lê-se no relatório “as pescas em Moçambique: um sector vítima de má gestão e alianças promíscuas.”

Por outro lado, diz o relatório, os “irmãos” chineses exerceram e exercem a sua actividade mesmo nos períodos de veda.

Um dos entrevistados do CIP é citado a afirmar que “não só estão dentro do mar a pescar, como estão dentro das 3 milhas, que é proibido estarem (...). Quando eles estão a descarregar, você vê camarão. Como é possível? Você nota que um barco está a violar em função da fauna que descarrega porque nós sabemos em que área existe este e aquele tipo de produto, mas ninguém faz nada. Há gente protegida. Ninguém faz nada. Os fiscais já estão cansados”.

Segundo o CIP “estima-se que cerca de 60 embarcações chinesas entraram nas águas moçambicanas, entre 2017 e 2018 (…) com protecção de elites do partido Frelimo”, no poder desde 1975.

Uma das fontes do CIP disse que “esse é negócio dos camaradas. Acham-se no direito de, como libertaram o país, têm direito a tudo e alguma coisa”.

As flagrantes violações cometidas pelos chineses foram sempre reportadas ao Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, mas sem seguimento pelo pelouro, anota o CIP.

O relatório foi hoje lançado em Maputo.

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