O Embaixador de Israel em Angola diz estar satisfeito com o posicionamento do Governo de Luanda em relação à guerra entre Israel e Hamas, que já “compreendeu” o que está em causa.
Em entrevista à Voz da América desde Luanda, Shimon Solomon afirma que, quanto a Moçambique, “temos desafios”, mas acredita que Maputo acabará por entender a atuação de Israel.
A 12 Outubro, aquele diplomata criticou o posicionamento inicial do Governo de Angola ao dizer em Luanda que “têm que condenar o ataque”.
“Angola e Israel são amigos, desde antes da independência. O que esperávamos, enquanto israelitas, é que Angola fosse condenar o ataque terrorista”, afirmou na altura Shimon Solomon.
Entretanto, no discurso sobre o estado da nação, no dia 15 de outubro, João Lourenço falou em “condenável ataque a Israel que lamentavelmente vitimou um elevado número de civis indefesos".
“Há um bom relacionamento entre Angola e Israel, nós somos amigos, há um bom entendimento por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do próprio ministro, e, como disse, o Presidente da República entende a situação e condenou de forma clara, o que foi um bom sinal de amizade porque entende (a situação)”, afirma o representante de Telavive em Luanda.
Para Solomon, tanto Angola como muitos outros países africanos, “entendem muito bem a diferenca entre Hamas, um grupo terrorista, bem como a Jihad Islâmica também e a autoridade palestiniana”.
“As pessoas confundem e dizem que são o mesmo grupo, Não são. O único representante do povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia é a Autoridade Palestiniana, a OLP. Estamos satisfeitos com Angola que tem atuado como amigo”, sublinhou.
Quanto Moçambique, onde Shimon Solomon também representa o seu país, ele disse existirem “alguns desafios”.
“Com Moçambique temos alguns desafios, sabe, é também membro do Conselho de Segurança e na semana passada nos reunimos com o ministro dos Negócios Estrangeiros, tivemos uma boa conversa. Historicamente temos uma boa relação, mas atualmente temos alguns desafios, e estamos a tentar mudar, para que possam entender a diferença entre Hamas e a Organização de Libertação da Palestina”, indica aquele diplomata quem sublinhou que, “se acreditamos em dois Estados para duas nações temos de condenar o Hamas”.
Shimon Solomon cita várias organizações consideradas terroristas como Boko Haran, Al-Shabab, Jihad Islêmica, Brotherhood, entre outros, e o grupo Ansar al-Sunna, que atua no norte de Moçambique, para sublinhar que “todas têm a mesma ideologia de criar uma única religião no mundo”, tendo por trás de todo este movimento “o Irão”.
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