O antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza assumiu a responsabilidade de ter ordenado a criação das empresas MAM e ProIndicus, envolvidas no caso das “dívidas ocultas”, mas disse desconhecer os detalhes da materialização e financiamento do projecto.
Ao prestar declarações nesta quinta-feira, 16, no tribunal que julga o caso de 23 de Agosto, Guebuza disse que os detalhes em torno do assunto só podem ser dados pelo então coordenador do Comando Operativo, o actual Presidente da República, Filipe Nyusi.
"A parte económica e financeira foi proposta pelo Comando Operativo e chegou através do seu coordenador (Filipe Nyusi)", afirmou Guebuza, que, no entanto, continua a responder às perguntas do Ministério Público.
Ele justificou o projecto dizendo que “havia ameaças que punham em causa a soberania dos moçambicanos dentro do seu território”, por isso era preciso reforçar a segurança.
Sabotagem eléctrica
A audição ao antigo estadista arrancou com cerca de duas horas de atraso por conta de uma alegada tentativa de sabotagem do sistema de abastecimento de energia na Cadeia de Máxima Segurança, vulgo BO, onde está instalado o tribunal.
Segundo fontes daquele estabelecimento, que por agora pediram o anonimato, tudo começou de madrugada de hoje quando homens armados, ainda a monte, dispararam contra o Posto de Transformação que abastece a zona.
Desconhecem-se as motivações da tentativa e as autoridades dizem estar a investigar.