O Tribunal Judicial da cidade de Maputo iniciou hoje a audiência do último réu do processo das dívidas ocultas, que envolve, actualmente, um total de 19 arguidos.
Trata-se de António Carlos do Rosário, antigo director da Inteligência Económica do SISE, e Presidente do Conselho de Administração das três empresas envolvidas no calote, nomeadamente, Proíndicus, Ematum e MAM, a quem o antigo director geral da secreta, Gregório Leão, imputou a responsabilidade de dar as maiores explicações sobre o processo.
Chegou ao tribunal vestido com o rigor prisional, vestido de laranja, desde a cabeça aos pés e com semblante bem disposto, foi acenando em jeito de saudação às câmaras da imprensa.
Nas suas primeiras declarações, António do Rosário classificou o julgamento de “atípico”, em alusão ao facto de estar a ser obrigado a desvendar algumas situações que considera de fórum operativo da secreta, num processo televisionado.
De 46 anos de idade, operativo da secreta desde os 18 anos, Do Rosário assume-se como polígamo e está sentado no banco dos réus, a responder pelos crimes de associação criminosa, peculato e branqueamento de capitais.
A sua audiência deverá prolongar-se até sexta-feira.
Apreensão de activos
Entretanto, a Procuradoria Geral da República aguarda por respostas aos pedidos formulados à justiça de cinco países para a apreensão de mais dinheiro, imóveis e viaturas pertencentes aos réus em julgamento.
Segundo escreve o diário “Notícias”, os pedidos foram endereçados às autoridades judiciais da África do Sul, Estados Unidos, Líbano, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos, onde os co-réus têm bens.
De acordo com a fonte, os pedidos do Ministério Público visam recuperar valores monetários, imóveis e viaturas dos co-réus Armado Ndambi Guebuza, Bruno Langa, Teófilo Nhangumele e António Carlos do Rosário.