Organizações ambientalistas moçambicanas continuam a pôr em causa o processo de emissão directa para a atmosfera, de Fluoretos de Hidrogénio, Benzopereno e outros gases nocivos, produzidos pelas actividades de produção de alumínio pela multinacional Mozal, que opera nos arredores da cidade da Matola, província de Maputo.
Três meses depois do início do processo, designado por “bypass”, a Mozal veio hoje a público apresentar os resultados da monitoria da primeira metade do processo, que apontam que houve um aumento considerável da quantidade das emissões, mas reitera que estão dentro dos padrõeslegalmente recomendáveis.
Segundo Mark Frazer, director da Mozal, “as emissões continuam longe dos limites legais e podemos garantir com toda a certeza que, não há risco para a saúde pública e estamos a cumprir com os nosso compromissos ambientais”.
Apesar dos resultados das monitorias, os ambientalistas continuam cépticos e exigem mais provas de que a saúde pública não está em risco.
De acordo com Lino Manuel, da organização Centro Terra Viva, “houve avanços no relacionamento entre a Mozal e a sociedade civil, marcado pela prestação pública de informação, contudo, é preciso que apresente mais provas, baseadas em dados comparativos do período anterior ao Bypass e o decurso deste, por forma a termos certezas de que as comunidades não estão a ser afectadas pelas emissões da empresa”.
Por sua Vez, João Nogueira, da organização Justiça Ambiental, considera que os resultados hoje apresentados são baseados em médias anuais e por isso, apesar de mostrarem estar dentro dos padrões aceitáveis, não são garantia suficiente para provar que a saúde pública não está em causa.
O processo de emissão atmosférica directa de gases decorre em resultado da remodelação do Centro de Tratamento de Fumos e Gases na Mozal, um processo que vai continuar por mais três meses.
Desde o seu início, o processo está envolvido em polémicas tendo sido alvo, por várias vezes, de tentativas de boicote por parte das organizações ambientalistas, que reclamam que é um atentado à saúde pública.
Apesar dos resultados das monitorias, os ambientalistas continuam cépticos e exigem mais provas de que a saúde pública não está em risco