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Brasil "regressa" a África


Aloysio Nunes Ferreira
Aloysio Nunes Ferreira

Aloysio Nunes Ferreira inicia périplo por seis países africanos

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, começa nesta segunda-feira, 9, uma visita a seis países africanos que, em determinados círculos, é considerada de início do “regresso à África”.

Marrocos, Gana, Nigéria, Botsuana, Costa do Marfim e África do Sul são os países a serem visitados por Nunes depois de em Maio deste ano ter estado noutros cinco.

“A África foi e continua sendo uma região de grande importância para o Brasil. O Governo Lula foi muito activo. Esse entusiasmo arrefeceu no Governo Dilma”, reconheceu Aloysio em entrevista à Reuters antes da viagem.

O anterior chefe da diplomacia brasileiro, o primeiro do Governo Temer, José Serra, via como prioritário o que chamava de retomada das relações com Estados Unidos e Europa.

Grande mercado

África, no entanto, é ainda vista no mercado internacional como a grande fronteira inexplorada.

Hoje com 1,3 mil milhão de habitantes e 350 milhões de pessoas na classe média, é um enorme mercado potencial para alimentos e, principalmente, para produtos brasileiros, mesmo com a feroz competição chinesa e europeia.

De acordo com o relatório populacional da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2015, mais da metade do crescimento global da população até 2050 deve ocorrer no continente africano.

Dados do Banco Mundial mostram que o rendimento per capita no continente aumentou mais de três vezes entre 2002 e 2016.

“É um continente que está a crescer e a modernizer-se, que nos últimos 10 anos cresceu muito acima da média mundial. Aos poucos os conflitos que ainda existem vão diminuindo de intensidade, muitos países passam por um processo importante de institucionalização da democracia”, disse o ministro.

Dados do Governo brasileiro indicam que 40,9 por cento das exportações brasileiras para o continente são de produtos manufacturados e outros 30 por cento, de semi-manufacturados.

O Ministério das Relações Exteriores identificou a possibilidade de exportação de pelo menos duas dezenas de produtos diferentes para Nigéria, Gana, Costa do Marfim e Benin.

As oportunidades vão desde máquinas agrícolas, camiões, tratores e produtos da construção civil até manufaturados como papel e pneus, passando por carnes, especialmente de frango, arroz, tabaco, leite e creme de leite.

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