O Comité Olímpico Internacional (COI) suspendeu nesta sexta-feira, 6, o Comité Olímpico do Brasil (COB), após a prisão do seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, suspeito de intermediar compra de votos para assegurar a sede dos Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro.
O COI também suspendeu Nuzman de todas as suas funções e direitos de membro honorário, e o excluiu da Comissão de Coordenação dos Jogos de Tóquio-2020.
O comité informou, no entanto, que a punição não irá afectar os atletas brasileiros.
Na quinta-feira, 5, no Rio de Janeiro, agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam Nuzman e Leonardo Gryner, ex-director de operações do comitê Rio 2016 e braço-direito de Nuzman.
A acusação
Carlos Arthur Nuzman é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do COI para a eleição do Rio de janeiro como sede dsa Olimpíadas de 2016..
Para a defesa de Nuzman, a medida adoptada de prisão foi dura.
"É uma medida dura e não é usual dentro do devido processo legal", afirmou Nélio Machado.
Nuzman e Gryner teriam pago mais de 2,7 milhões de dólares a membros do Comité Olímpico Internacional (COI) em troca da escolha da Rio-2016.
Ligação senegalesa
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Nuzman ainda tentou regularizar, junto à Receita Federal, valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam num cofre na Suíça, logo depois da primeira fase da operação "Unfair Play".
Em Março, o jornal francês Le Monde havia denunciado que, três dias antes da escolha da cidade, houve o pagamento de luvas a dirigentes do Comité Olímpico Internacional.
A investigação francesa conseguiu reunir elementos que apontam que a empresa Matlock foi utilizada para pagamento ao senegalês Papa Diack.