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Brasil: Oposição diz já ter maioria mas precisa de 342 votos para autorizar denúncia contra Temer


Presidente do Brasil, Michel Temer, numa cerimónia no Palácio do Planalto em Brasília. Brasil
Presidente do Brasil, Michel Temer, numa cerimónia no Palácio do Planalto em Brasília. Brasil

A oposição ainda não decidiu se dará quórum na sessão desta quarta-feira, 2 de Agosto, para votar a denúncia contra Michel Temer, mas afirmou na terça-feira já contar com a maioria dos deputados, embora ainda não tenha angariado os 342 votos exigidos pela Constituição para dar prosseguimento à peça contra o Presidente.

Pelos cálculos de partidos reunidos na liderança do PT no início da tarde desta quarta-feira (PCdoB, PDT, PSOL, Rede e integrantes de outras legendas que não participam formalmente do grupo), a oposição conta com 240 votos, enquanto o governo, segundo essas estimativas, tem 220.

“A nossa avaliação com os números é que nós da oposição já temos a maioria dos votos, não o totalmente necessário ”, disse o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), após a reunião.

Ao mesmo tempo, bancadas da oposição devem se reunir para discutir a estratégia definida no encontro do início da tarde, que prevê monitoramento constante dos números e do comportamento dos parlamentares. São essas avaliações periódicas que definirão quando a oposição registará presença no painel --partidos do grupo, como o PT, resistiam à ideia de não dar quórum à votação.

Acusação contra Presidente brasileiro

Michel Temer é acusado do crime de corrupção passiva por alegadamente ser o destinatário da mala com 500 mil reais repassados pela JBS a Rodrigo Rocha Loures, seu ex-assessor.

Segundo a revista Exame, com base nas acusações feitas por executivos do grupo J&F, que controla a JBS, em acordo de delação premiada, Rodrigo Janot, Procurador-geral da República (PGR), diz que Temer se valeu da condição de “chefe do Poder Executivo e liderança política nacional” para receber, por intermédio de Rocha Loures, vantagem indevida de 500 mil reais oferecida por Joesley Batista.

A Exame explica que nas 60 páginas da denúncia que apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Procurador-geral pede condenação por corrupção, a perda do mandato, “principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”, e aplicação de multa no valor de dez milhões de reais por danos morais colectivos.

Consequências

Esta é a primeira vez que um Presidente do Brasil é acusado no exercício das suas funções.

De acordo com o Globo.com, após a votação desta quarta-feira, existem alguns cenários. Hoje, 2 de Agosto, decide-se se o pedido da PGR ao Congresso vai permitir ao STF deliberar se processa Temer por corrupção passiva.

O Congresso pode negar o pedido da PGR ou aceitar. Caso aceite, 11 ministros do Supremo decidirão se abrem ou não o processo contra Temer.

Aquele site brasileiro escreve que caso os ministros abram o processo, o presidente será afastado por até 180 dias, assumindo Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Se for condenado, perde o cargo, e Maia convoca eleição indirecta para 30 dias depois. Absolvido ou caso nada aconteça em seis meses, Michel Temer volta ao Planalto.

De lembrar, que Michel Temer assumiu o cargo de Presidente do Brasil, depois de Dilma Rousseff ter sofrido impeachment, isto a 31 de Agosto de 2016. Temer, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) era o vice de Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).

com Reuters

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