O Brasil regista 13 milhões de analfabetos e apenas 15% dos adultos conseguem realizar operações de aritmética. Os dados constam de um estudo sobre a educação realizado pela Unesco.
O estudo revela que houve avanços na educação brasileira nos últimos anos, mas os antigos desafios ainda estão presentes para os governantes. Principalmente garantir o acesso às escolas para as crianças e os jovens e garantir um ensino de qualidade que permita ao cidadão ingressar ao mercado de trabalho.
De acordo com a Unesco, apenas no ano 2042 é que todas as crianças latino-americanas e do Caribe devem estar efetivamente matriculadas e frequentes nas escolas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. E se o ritmo de investimento na educação desses países permanecerem como estão agora, apenas no ano 2095 é que todos os jovens estudantes latino-americanos que cursam o ensino médio estarão efetivamente nas escolas.
O monitoramento global da educação 2016 divulgado pelo Unesco aponta que no Brasil, Argentina, Uruguai e México mais de 60 por cento dos estudantes com 15 anos de idade têm apenas conhecimentos básicos sobre temas ambientais.
O ensino médio no Brasil abrange apenas 62 por cento desses jovens. Ainda de acordo com a Unesco, nas creches brasileiras apenas 30 por cento das crianças com zero e quatro anos de idade estão matriculadas.
A coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, entende que apesar dos problemas socioeconômicos no país, o governo tem a obrigação de priorizar seus recursos financeiros em investimentos na educação do povo.
“Talvez possa significar uma dificuldade, mas acho que qual é a prioridade do país? É claro que as questões econômicas influenciam, mas eu como especialista na área de educação tenho o dever de falar que a educação deve ser priorizada. Temos grandes desafios e a educação além de ser base para o desenvolvimento é também base para a conquista de direitos, para a cidadania”, ressaltou em entrevista à Rádio CBN.