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A dura tarefa de Michel Temer


Analista diz que desconfiança nas ruas e interesses no Congresso podem dificultar a vida do Presidente brasileiro.

O novo Presidente brasileiro, Michel Temer, empossado na quarta-feira, 31, depois da impugnação de Dilma Rousseff, vai encontrar dificuldades para conseguir gerir o país nos próximos dois anos.

A opinião é de analistas que apontama rejeição popular e interesses no Congresso.

Novo presidente brasileiro tem dura tarefa pela frente
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O facto de assumir o Governo federal após a impugnação de Dilma Rousseff não significa que ele tem o apoio de grande parte da população e da imprensa.

Para o cientista político Malco Camargo, Temer assume a presidência nas mesmas condições desfavoráveis que Dilma teve em 2014, sobretudo a desconfiança da população.

“Sem duvida, o Presidente já assume com um certo grau de desconfiança, como a Dilma, cuja confiança não era tão ampla para implementar reformas tão grandes e significativas que impactassem os cidadãos brasileiros. Imagina a situação de um Presidente que assume o poder num acto de desconfiança de grande parte da população e da imprensa. É muito difícil que Michel Temer consiga uma base de apoio necessária, uma legitimidade para implementar reformas tão discutidas e ainda não conseguidas serem levadas a cabo por nenhum outro ex-presidente eleito pelo voto popular”, disse.

O especialista entende também que Michel Temer, além de ter pela frente o desafio de acabar com a desconfiança dos brasileiros e conseguir apoio nas ruas, ele também terá que exercer esse mesmo esforço no Congresso Nacional.

Aqueles parlamentares que estiveram junto com o PMDB para conseguir a impugnação de Dilma Rousseff agora podem formar uma oposição ao novo Presidente.

“O apoio dado a Michel Temer até o momento tinha uma causa que se resolveu na tarde de ontem. O que se queria principalmente era a retirada de Dilma do poder. Essa ampla coalizão de dois terços do voto na Câmara dos Deputados e no Senado foi o suficiente para se alcançar esse objetivo. Daí para aprovar determinadas medidas e para dar condições para que Temer tenha uma agenda própria de Governo há um longo caminho ainda. E um caminho que certamente terá um enfrentamento muito maior dos movimentos sociais e sindical e também das pessoas que serão impactadas diretamente pelas ações do governo Temer. Ou seja, o jogo começa novamente. O apoio que Temer teve até o momento não quer dizer que ele terá agora como presidente efetivo do Brasil”, ressaltou.

Malco Camargo conclui afirmando que na verdade a Presidente Dilma Rousseff foi impugnada porque não conseguiu soluções para acabar com a grave crise económica no Brasil. Os problemas principalmente financeiros agravados a cada dia e o elevado crescimento do desemprego fizeram com que os brasileiros não mais aprovassem o governo da petista.

“Não há duvidas que Dilma Rousseff deixou o poder não pelas pedaladas fiscais, não por ter cometido o crime de responsabilidade, mas pela sua inabilidade de contenção dos efeitos económicos. Uma presidente que tornou-se impopular pela deterioração das condições económicas da vida do brasileiro. Nesse sentido é fundamental para que a gente tenha uma maior estabilidade não é a retirada do PT e nem o fim da corrupção e sim uma estabilidade econômica na vida de cada um dos brasileiros”, disse Malco Camarco.

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