O Presidente angolano é uma figura proeminente no continente, utilizando o seu estatuto de líder de um gigante petrolífero subcontinental para ganhar influência e trabalhar para resolver conflitos regionais.
Agora, o Presidente João Lourenço dá as boas-vindas a um novo e poderoso “amigo”, recebendo o Presidente Joe Biden para a primeira visita de um Presidente americano an Angola.
A visita ocorre um ano depois de Lourenço ter visitado a capital dos EUA, em novembro de 2023
Biden aproveitará a visita para destacar um importante projeto de desenvolvimento financiado pelos EUA: o corredor ferroviário do Lobito, com 1.300 quilómetros, que liga o interior africano, rico em minerais, ao porto do sudoeste.
Os EUA afirmam ter reunido mais de 3 mil milhões de dólares de investimento privado e público neste projeto.
A Casa Branca agirma que a relação entre as duas nações está a passar por uma “verdadeira transformação” à medida que se tornam parceiros mais próximos.
"Os Estados Unidos e Angola estão a trabalhar para enfrentar um vasto leque de desafios prementes, desde a redução do défice de infra-estruturas em África e o aumento das oportunidades económicas e do desenvolvimento sustentável na região até à expansão das tecnologias e da cooperação científica, ao reforço da paz e da segurança, ao reforço da segurança alimentar.", afirmou a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
O Presidente "reconhecerá o papel de Angola como líder regional e sublinhará a verdadeira transformação da relação EUA-Angola", sublinhou Karine Jean-Pierre.
Alguns analistas políticos dizem que a promessa de Biden de visitar África em 2022 tinha passado da hora.
Biden planeou originalmente visitar Angola em outubro, mas o furacão Milton obrigou-o a adiar a visita.
Cameron Hudson, membro sénior do Programa África do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, considera que perto do fim da sua administração, "sem muito para celebrar em termos do seu envolvimento em África" a visita de Joe Biden "soará um pouco vazia".
Lourenço e Biden não concordam em todos os planos.
Enquanto o apoio de Biden a Israel é “férreo”, Angola alinha-se mais com a visão do Sul Global, afirmando que os palestinianos, que "vivem sob ocupação há décadas", estão numa situação "inaceitável".
Angola e EUA concordam com a necessidade urgente de desenvolvimento de África, mas a China está a fazer incursões profundas no continente com a sua Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, de maior dimensão e mais consolidada, construindo estradas e infraestruturas.
Joe Biden chega an Angola na próxima segunda-feira, 2, numa visita repleta de eventos e encontros com líderes africanos e do setor privado, que termina no dia 4.
Esta será a primeira e única viagem a um país africano do Presidente Joe Biden durante o seu mandato de quatro anos, que termina a 20 de janeiro de 2025.
Embora esta incursão às costas douradas de África seja a primeira para Biden, é também, de certa forma, um capítulo final.
Esta é provavelmente a sua última viagem ao estrangeiro, a sua despedida do mundo como Presidente dos EUA.
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