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EUA e Angola partilham dos mesmos valores, diz Frances Brown sobre visita de Biden


Frances Brown Assistente Especial do Presidente e Diretora Principal para os Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional
Frances Brown Assistente Especial do Presidente e Diretora Principal para os Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional

Angola recebe pela primeira vez um Presidente americano. Joe Biden estará em Luanda de 2 a 4 de Dezembro, numa visita há muito esperada. 

Em fim de mandato, Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, prepara-se para uma visita de dois dias a Angola, cujos principais objetivos são explorar o comércio e a infraestrutura em África, a liderança de Angola e a sua parceria Global sobre comércio, segurança e saúde e a evolução das relações entre Angola e os Estados Unidos, de acordo com um briefing online realizado nesta terça-feira (26), pelo Departamento de Estado.

No briefing com Frances Brown, Assistente Especial do Presidente e Diretora Principal para os Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional, e Helaina R. Matza, Coordenadora Especial em exercício para a Parceria para as Infra-estruturas e o Investimento Globais, foi destacada a importância de Angola como parceiro estratégico dos EUA e líder regional e como o Corredor do Lobito faz parte da abordagem mais alargada dos EUA e do G7 através da Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGI).

Encontro entre os Presidentes dos EUA, Joe Biden, e de Angola, João Lourenço, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC ,a 30 de novembro de 2023.
Encontro entre os Presidentes dos EUA, Joe Biden, e de Angola, João Lourenço, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC ,a 30 de novembro de 2023.

A relação EUA/ Angola tem-se transformado ao longo dos últimos 30 anos, e essa transformação acelerou nos últimos três anos, disse Frances Brown, ao referir por exemplo que em 2023, o comércio entre os EUA e Angola totalizou aproximadamente 1,77 mil milhões de dólares, o que faz de Angola "o nosso quarto maior parceiro comercial na África Subsariana".

"Estamos também a trabalhar com Angola para enfrentar uma série de desafios prementes, incluindo o reforço da paz e da segurança no leste da República Democrática do Congo, o aumento das oportunidades económicas na região e a expansão da cooperação tecnológica e científica", acrescentou.

Para Frances Brown, o Corredor do Lobito é mais do que uma linha ferroviária ou minerais importantes, "é também sobre as comunidades que vão ser fortalecidas, mais acesso à educação, movimentação de produtos agrícolas".

"Estes investimentos estão a ser feitos através de concursos públicos os transparentes", disse Frances Brown.

África Agora: Angola ganha com Biden em nova abordagem dos EUA para África
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Ainda de acordo a Assistente Especial do Presidente e Diretora Principal para os Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional, o Presidente Biden vai encontrar-se com parceiros angolanos que estão a fazer a diferença junto das suas comunidades, mas não foram dados detalhes sobre quem serão esses parceiros.

Encontro entre Biden e sociedade civil angolana seria oportunidade para EUA se diferenciarem da China
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Sobre um possível encontro com membros da sociedade civil, Florindo Chivucute, presidente da Friends of Angola, diz que seria "extremamente importante sobretudo para realçar o papel da sociedade civil em democracias, na consolidação do processo democrático".

Chivucute também acredita que esta seria uma boa oportunidade para se discutir com o Presidente Biden questões que há muito têm sido preocupações levantadas pelas organizações da sociedade civil como a realização de eleições locais, a realização de manifestações pacíficas, a liberdade de expressão e a corrupção.

Expansão de parcerias com Angola

Frances Brown referiu que haverá um conjunto de anúncios durante a visita de Biden relacionados com o importante pacto da Millennium Challenge Corporation (MCC) que foi recentemente assinado para a Zâmbia e que complementa os investimentos agrícolas e ferroviários mais alargados no Lobito.

Segundo o briefing, o Presidente Biden deverá anunciar várias iniciativas de expansão em diversas áreas, desde segurança sanitária mundial e parceria neste domínio, à segurança alimentar e o agronegócio, à cooperação no sector da segurança e à preservação do património cultural de Angola.

Frances Brown diz que o Presidente Biden se concentrará no reforço das parcerias económicas dos EUA que "mantêm as nossas empresas competitivas e defendem os trabalhadores, reforçando a transparência e o envolvimento cívico, intensificando a ação em matéria de segurança climática e reforçando a paz e a segurança. Por isso, há mais para vir em todas estas frentes".

Sobre a PGI, Helaina R. Matza, diz que não só foram mobilizados 5 mil milhões de dólares, como grande parte desse montante está repartido entre investimentos em novos projectos de energia limpa, incluindo energia solar, microrredes e apoio a esforços de dessalinização - muitos dos quais estão a decorrer em Angola, em particular.

"Mas, em todo o corredor, novos investimentos no sector do agronegócio e apoio a empresas que estão a tentar expandir a capacidade de produção para os mercados alimentares locais", acrescentou.

A Coordenadora Especial para a PGI disse que os EUA têm investido em oportunidades ao longo do corredor como dinheiro digital (em parceria com a Africell) e programas bancários para ajudar a apoiar os produtos dos pequenos agricultores a chegar ao mercado, bem como trabalhar em todo o ecossistema digital para oferecer mais serviços 5G em Angola.

É o Corredor do Lobito um investimento para contrabalançar a influência da China e da Rússia?

Essa é uma questão colocada várias vezes à Administração Biden.

Este briefing não foi excepção e Frances Brown respondeu defendendo que "esta abordagem não tem a ver com forçar os países a escolher, mas sim com dar-lhes uma escolha e a capacidade de tomar as suas próprias decisões soberanas, algo em que o Presidente Biden tem sido muito coerente". Para Brown os Estados Unidos e Angola e os outros homólogos africanos partilham dos mesmos valores e consideram problemático "infra-estruturas digitais não fiáveis, trabalho forçado e pesca ilegal e não regulamentada".

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