Uma semana após ter ameaçado despedir 53 trabalhadores, a construtora angolana CCJ recebeu, nesta segunda-feira, 28, a brigada mecanizada de construção civil apreendida pela Procuradoria-geral da República em Benguela como parte de investigações a possíveis ilegalidades na concenssão de contrtos.
No sábado, quando o Governo de Benguela tinha mobilizada a comunicação social para a cerimónia formal, a Unidade de Protecção de Individualidades Protocolares impediu a saída dos camiões-cisternas, bulldozers e cilindros porque não existia qualquer ofício da Procuradoria.
Esta manhã, tal como acompanhou a VOA, prevalecia a renitência de oficiais desta unidade policial, enquanto o director da Agricultura e Pescas, José Gomes, um dos governantes arrolados neste processo de peculato e recebimento indevido de vantagens, procurava obter da PGR o documento e as chaves dos meios.
Quatro horas depois, chegava o ofício, mas sem o fundamento para a devolução dos meios, algo que, na visão do activista cívico Adérito Chiúca, é susceptível a leituras políticas.
‘’A PGR tem de vir a público esclarecer pois caso contrário … prevalece a tese de chantagem ao Estado”, disse
Posição contrária tem o empresário Carlos Fontes, representante da CCJ, empresa que desembolsou já 104 milhões de Kwanzas (167.000.00 USD).
‘’Não se trata de forçar nada, como temos ouvido por aí”, disse. “Não podíamos continuar a pagar salários nestas condições. Agora até podemos aumentar postos de trabalho’’,acrescentou.
Fonte da PGR avança que a devolução dos meios não é sinónimo de arquivamento do processo, argumentando que, se houver matéria criminal, a instrução continua até à conclusão.