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Membros do Governo de Benguela interrogados na Procuradoria


Membros do Governo Provincial de Benguela, com o secretário-geral à cabeça, foram chamados para interrogatórios na Procuradoria-geral da República (PGR), nesta terça-feira, 23, no seguimento do processo relativo a suspeitas de fraude num negócio com a CCJ, empresa de construção civil, soube a VOA de fontes credíveis.

O expediente, sob condução do novo sub-procurador-geral da República titular de Benguela e da Comarca, Carlos Santos, tem como base a entrega de onze máquinas do Estado sem concurso público, numa adversidade à legislação sobre a contratação de operadores privados.

Do secretário-geral do Governo de Benguela, Aquiles de Carvalho, e do chefe do Património, Job Sequesseque, a PGR quer saber por que razão não houve concurso público antes da entrega de equipamentos pesados disponibilizados pelo Ministério da Agricultura para a reparação de estradas.

Camiões-cisternas, cilindro compactador, motos-niveladoras, camião reboque, escavadeira, pá carregadora e bulldozers foram encontrados pelo Serviço de Investigação Criminal na província do Bié, onde se encontram retidos.

A VOA procurou ouvir o sub-procurador-geral da República titular de Benguela, mas os contactos colidiram com os momentos dos interrogatórios, que são extensivos aos directores da Agricultura, do Instituto de Estradas de Angola e do sócio-gerente da CCJ, Carlos Cardoso.

Dias antes, Carlos Santos prometera celeridade no tratamento dos processos, ciente de que é preciso investigar para prender.

Há uma semana, em comunicado distribuído às redacções, o Governo de Rui Falcão veio a público negar a existência do negócio, mas já o empresário em causa, presidente da Associação dos Construtores, havia confirmado, quando assumiu ter sido ele mesmo a colocar-se à disposição do SIC.

Já o secretário-geral do Governo de Benguela, sem entrevista gravada, admite que o seu nome está no termo de entrega dos meios, tal como o do vice-governador para a área técnica e de infra-estruturas, Leopoldo Muhongo, que goza de imunidades, mas sublinha que nada tem que ver com o assunto.

A VOA sabe que os meios são para a reparação de estradas secundárias na província de Benguela, em obediência a uma directriz da Presidência da República, preocupada com o escoamento de produtos.

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