Um vice governador da província de Benguela disse que foi o ministério da Agricultura e Pescas em Luanda quem pediu o nome de uma empresa para um contrato “sem margem para concurso”, que está a ser investigado pela Procuradoria Geral da República.
Isto ao mesmo tempo que a construtora CCJ exige que a Procuradoria lhe devolva camiões apreendidos no mesmo caso afirmando ter pago pelos mesmos.
O caso diz respeito a um contrato envolvendo essa conhecida empresa de construção de Benguela,por suspeitas de fraude num negócio com o Governo.
Em causa a distribuição de equipamentos adquiridos pelo estado angolano incluindo camiões-cisternas, cilindro compactador e moto-niveladora.
A CCJ é apontada como beneficiária de meios que custaram ao estado largos milhões de kwanzas, sem concorrência.
Mas o vice o vice-governador provincial para a área técnica e de infra-estruturas, Leopoldo Muhongo, ao analisar uma matéria que diz ser transparente, realçou que foi a estrutura central do Ministério da Agricultura e Pescas que pediu que as autoridades locais indicassem uma empresa, sem margem para concorrência.
Interrogado sobre o porquê da investigação Muhongo disse que a Procuradoria “buusca e prossegue a defesa da coisa pública, e a PGR seguramente terá as suas motivações”.
“Volto a lembrar que o contrato não é nosso, talvez tenha havido incumprimento de uma cláusula’’, acrescentou.
Vários membros do goenro provincial já foram interrogados durante as investigações e o vice governador disse que isso “será seguramente porque os meios aportaram na nossa província’’.
O empresário Carlos Cardoso exige entretanto que a procuradoria lhe devolva os camiões, apontando para o pagamento de 71 milhões de Kwanzas, mas a PGR pede outros meios inscritos na brigada mecanizada de construção civil.
Na Unidade de Protecção de Individualidades Protocolares, UPIP, estão um camião basculante, dois com cisternas para água e combustível e um camião reboque, faltando outros meios, como bulldozers, pá e cilindros, num total de sete, conforme uma fonte que acompanha as apreensões
As máquinas são parte de uma iniciativa presidencial que visa reparar estradas para o escoamento de produtos do campo para a cidade.
O comandante provincial da Polícia e delegado do Interior, comissário Aristófanes dos Santos, recusou-se a comentar afirmando que isso compete ao ministério público.
O sub-procurador-geral da Republica titular de Benguela e da Comarca, Carlos Santos, já fez saber que não entra em detalhes sobre o expediente criminal em curso, com origem na entrega do equipamento sem concurso público.
O sócio-gerente da CCJ, Carlos Cardoso, confirma, sem entrevista gravada, que exige os quatro camiões numa nota dirigida à Procuradoria, na qual refere que procedeu ao pagamento, no passado dia 03, oito meses após a recepção, da primeira tranche para a aquisição da brigada mecanizada de construção civil.
O valor total, segundo apurou a VOA, é de dois mil milhões de Kwanzas, que serão pagos entre cinco a sete anos.