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As incógnitas do regresso de Venâncio Mondlane a Moçambique


Venâncio Mondlane
Venâncio Mondlane

Quadro sénior da Frelimo diz não existir acordo com o antigo candidato presidencial para seu regresso ao país

Analistas políticos moçambicanos admitem que possa ter existido um entendimento entre a Frelimo e o candidato presidencial Venâncio Mondlane que dizia que temia pela sua vida, mas agora decidiu regressar ao país aonde deverá chegar nesta quinta-feira, 9.

Entretanto, um membro sénior da Frelimo desmente a existência do hipotético entendimento com Mondlane.

O regresso de Venâncio Mondlane tem dominado o debate político em Moçambique, colocando-se a hipótese de ter havido algum tipo de acordo para que isso possa acontecer.

O analista político Egídio Chaimite lamenta que a informação não flua como devia, mesmo quando se trata de temas de interesse público.

Chaimite vê no regresso de Venâncio Mondlane como estando associado ‘’à pressão que ele recebeu dos cidadãos e à compreensão que ele tem sobre o atual cenário em que conta com a força do povo que até o pode proteger’’.

Várias correntes de opinião defendem existir muitos fatores a ter em conta no anunciado regresso de Venâncio Mondlane, sobretudo os contactos entre as duas partes.

"Esses contactos existem, embora não seja muito claro entre quem e quem’’, destaca o analista político Fernando Lima, para quem este regresso corresponde a esses contactos, avançando ainda haver garantias que Venâncio Mondlane terá recebido para voltar ao país.

"Há um conjunto de premissas que foram reunidas e que permitem o regresso de Venâncio Mondlane a Moçambique, isto retorça-o politicamente porque os seus detratores também argumentavam que ele conduzia uma luta fora do país e que os seus apoiantes estavam a morrer enquanto ele estava no exterior’’, realça aquele analista político.

Refira-se que Venâncio Mondlane ficou durante algum tempo sem se comunicar com os seus apoiantes através das chamadas ‘’lives’’.

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O também analista político Dias da Cunha aponta que, estando fora de Moçambique, Venâncio Mondlane perde protagonismo e não tem podido participar nas reuniões que o Chefe de Estado tem mantido com líderes partidários "em que ele devia ser a peça fundamental’’.

Contudo, Osvaldo Macuacua, quadro sénior da Frelimo, diz que não há qualquer acordo assinado com Venâncio Mondlane para ele regressar a Moçambique.

"Se existisse esse acordo, por que é que Venâncio Mondlane iria convidar o Presidente da República, Filipe Nyusi a ir recebê-lo ao aeroporto’’, interrogou-se.

O antigo candidato presidencial anunciou no domingo o seu regresso a Maputo e apelou os seus militantes a irem recebê-lo.

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