O candidato presidencial apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimeto de Moçambique (Podemos), Venâncio Mondlane, assegurou à chegada a Moçambique que não aceitará nenhum cargo executivo e que está aberto ao diálogo.
Depois de deixar o Aeroporto Internacional de Maputo, ele se dirigiu ao Mercado Estrela para um comício com milhares de apoiantes, mas confrontos com a polícia deixaram, pelo menos, três mortos e muitos feridos, ainda por confirmar.
Com uma coroa de flores ao pescoço, Mondlane dirigiu-se à imprensa no Aeroporto Internacional de Maputo e sob fortes medidas de segurança disse que ele é o Presidente da República “eleito pelo povo e não pelo Conselho Constitucional”.
“A única função que estou disponível a assumir é a função que sempre me predispus a ela que é de defender este povo, lutar por este povo é lutar pela justiça, é lutar pelos valores. Responsabilidades executivas, eu não fiz essa luta toda para ser chefe, não fiz essa luta toda para ter benefícios financeiros (…) eu não vou fazer parte de nenhum executivo que provenha destes resultados”, afirmou aquele político que esteve mais de dois meses foram do país, alegadamente por motivos de segurança.
Depois de reiterar que regressou por vontade própria, ele disse querer “quebrar a narrativa de que estou ausente por vontade própria da iniciativas de diálogo, estou aqui em carne e osso para dizer que se querem negociar, dialogar comigo, querem ir à mesa de negociações estou aqui presente para o diálogo”.
Mondlane acusou o “regime” de ter optado “uma estratégia de criar uma espécie de genocídio silencioso”, em que “as pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, estão a ser executadas extrajudicialmente nas matas, estão a ser descobertas as valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane”.
Entre outros motivos que determinaram o seu regresso, ele disse que não pode “estar ao fresco, bem protegido, quando o próprio povo, que está no suporte da minha candidatura, dos meus valores, está a ser massacrado.
O segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais de 9 de outubro de 2024, de acordo com os dados oficiais referendados pelo Conselho Constitucional, acrescentou estar “aqui para testemunhar isso, justamente para monitorar esse processo, para visitar as valas comuns, para gritar a favor desses moçambicanos que estão a ser assassinados”.
Mondlane foi mais longe e disse que se quiserem podem prendê-lo, mas reiterou que não aceitará os resultados eleitorais“se forem os mesmos que foram anunciados até este momento”.
“Sei que na minha queda, a fúria popular que se vai verificar em Moçambique não tem comparação na história de África e de Moçambique”, afirmou.
Com os bloqueios ao Aeroporto Internacional de Maputo montados pelo polícia, milhares de pessoas aguardaram por Venâncio Mondlane no Mercado Estrela, um dos mais populares da capital.
Entretanto, a polícia usou tiros para dispersar as pessoas e pelo menos três morreram enquanto muitas ficaram feridas.
Mondlane suspendeu o comício depois dos confrontos entre apoiantes e a polícia.
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