Washington, 21Dez - A Comunidade Internacional está a aumentar a pressão sobre o presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo para abandonar o poder.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou ontem a extensão por mais seis meses do mandato da sua força de dez mil capacetes azuis na Costa do Marfim, isto apesar de Gbagbo ter exigido a sua retirada.
A Costa do Marfim está mergulhada numa crise política com actos de violência nas ruas que já resultaram em dezenas de mortos, e até mesmo em ataques contra os capacetes azuis. As Nações Unidas reportaram centenas de mortes e desaparecidos.
O presidente do Conselho de Segurança da ONU e a embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice alertaram as partes em conflito de que serão responsabilizados pelos ataques contra civis e membros da força de paz.
“Os membros do Conselho de Segurança apelam aos costa-marfinenses a uma maior contenção, para manterem-se calmos, resistirem as acções de provocação, ficarem longe da violência e trabalharem juntos para restaurar de forma sustentável a paz.”
A Agencia dos Direitos Humanos das Nações Unidas apresentou como provas a violência de direitos humanos em massa, e anunciou o início de investigações sobre a descoberta de uma vala comum em Abidjan.
A CEDEAO e a União Africana suspenderam a Costa do Marfim como país membro, isto depois de terem reconhecido Alassane Ouattara como vencedor das eleições. A União Europeia emitiu um embargo contra o Laurent Gbagbo e 17 aliados seus.
Os Estados Unidos dizem estar prontos para aplicar sanções contra Gbagbo e os seus colaboradores. O porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs disse ontem ter chegado o momento para partida de Gbagbo.
Gbagbo que por sua vez acusa os estrangeiros de ameaçar a soberania do país e a força das Nações de Unidas de apoiar o presidente eleito Alassane Ouattara.
O ministro do Interior Emile Guieroulou disse que o governo de Gbagbo está bloqueado por causa das sanções. Esse responsável acusa a ONU de querer manter a sua força no país contra a vontade do povo, e que não cooperarão com ela.
Capacetes azuis e antigos combatentes rebeldes estão a proteger o Hotel em Abidjan onde o presidente Ouattara ergueu a sede do seu governo.
O Representante da missão das Nações Unidas na Costa do Marfim, Young Jin Choi, disse ontem que homens armados têm ameaçado funcionários da organização nas suas residências. Actos nos quais o campo Gbagbo negou entretanto o seu envolvimento.
Choi disse que funcionários os capacetes azuis da ONU vão continuar os seus trabalhos, e patrulhas apesar de barricadas e outros esforços para os bloquear.
As Nações Unidas disseram estar a investigar informações segundo as quais Laurent Gbagbo fez entrar no país mercenários vindos da Libéria e de Angola.
O Alto Comissariado para os Refugiados por sua vez diz que receios do retorno a guerra civil já conduziram a fuga para os vizinhos Guiné Conacri e Libéria de mais de seis mil costa-marfinenses.