Washington, 07 Dez - A China anunciou que dado o número de países e de organizações internacionais que apoiam a sua posição de boicote, o prémio Nobel da Paz deste ano não devia ser atribuído.
O Nobel da Paz deste ano deve ser entregue esta semana, ao laureado Liu Xiaobo um opositor ao regime de Pequim, a cumprir uma pena de 11 anos de prisão.
A porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros chinês, Jiang Yu, reafirmou hoje a oposição do seu governo quanto a atribuição do Nobel da Paz deste ano a Liu Xiaobo. Pequim qualifica o galardoado de criminoso e considera de erro a atribuição do prémio. A diplomata chinesa diz que o seu país não é o único a assumir esta posição. Segundo ela mais de 100 países e organizações internacionais já declararam apoio a posição de Pequim, mas escusou-se em aponta-los ou em apresentar a lista desses países e organizações.
Notícias publicadas hoje, indicam que 18 países juntaram-se a China no boicote a cerimónia da atribuição do Nobel a ter lugar na Sexta-feira. Deste grupo inclui-se o Paquistão. A China tem ameaçado sancionar economicamente os países que participarem na cerimónia.
A Índia por exemplo, que espera receber o primeiro-ministro chinês na próxima semana, hesita em confirmar a sua presença em Oslo. O governo indiano diz estar a examinar a questão, o que começa a irritar os dirigentes chineses. A Índia precisa da boa vontade dos chineses para negociar uma série de assuntos pendentes como as disputas fronteiriças entre os dois países, e o voto a favorável para a sua entrada no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O galardoado do Nobel da Paz deste ano, Liu Xiaobo foi acusado de subversão e condenado a 11 anos de prisão. A sua detenção teve lugar em 2008 depois da publicação de um manifesto apelando à liberdade de expressão e reforma politica profunda.
O Comité do Nobel indicou entretanto que o prémio poderá não ser entregue formalmente este ano pelo facto do governo chinês ter impedido a mulher e aos familiares de Liu em deixar o país para participarem na cerimónia.
A porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros chinês acusou o Comité do Nobel de “orquestrar uma farsa anti-China”, e concluiu dizendo que o desenvolvimento e a estabilidade do seu país respondem as críticas dos seus opositores, e o governo pensa estar no bom caminho e que jamais mudará de direcção.