Moçambique tem seis complexos açucareiros. Três localizados na zona centro e os restantes na zona sul do território.
A guerra civil que fustigou o país, durante 16 anos, afectou, de forma severa, a indústria açucareira moçambicana que começou a ser recuperada, depois da assinatura dos acordos de paz, em 1992.
Das seis unidades fabris, quatro estão em pleno funcionamento, e nas mãos de privados, empregando cerca de 30 mil pessoas. Mas, a esse número, acresce-se mais de 3.000, que são agricultores ou trabalhadores de empresas que fornecem serviços às açucareiras, como produtores e cortadores de cana, por exemplo.
E, 19 anos depois do cessar-fogo, Moçambique já é excedentário em açúcar, estando a produzir, actualmente, acima das 250 mil toneladas / ano.
Uma parte da produção é consumida internamente e a outra exportada para mercados preferenciais: Estados Unidos da América e União Europeia, os dois principais mercados do açúcar do mundo.
Exportações feitas ao abrigo de acordos comerciais como o EBA (Everything But Arms), em português "Tudo Excepto Armas", iniciativa adoptada pela União Europeia, que igualmente preconiza o acesso ao mercado europeu de produtos originários dos chamados LDC´s, ou seja países menos desenvolvidos da África Subsaariana.
Mas Moçambique tem também acesso ao mercado da SACU, uma união aduaneira composta por cinco países da África Austral: África do Sul, Botswana, Namíbia, Lesoto e Suazilândia, onde o açúcar é comercializado a preços preferenciais.
Segundo Líria Sambo, responsável pelo sector do açúcar no CEPAGRI, Centro de Promoção da Agricultura, uma instituição subordinada ao Ministério moçambicano da Agricultura, de todos, o mercado internacional livre é o que apresenta os preços mais apetecíveis, neste momento.
Mas, apesar dos preços elevados, diz a agrónoma do Ministério da Agricultura, Moçambique prefere continuar a apostar nos mercados preferenciais. Mercados nomeadamente dos Estados Unidos da América ou da União Europeia, onde o preço de açúcar, por tonelada, chega a atingir, com prémios, incluídos, os 450 dólares americanos.
Este ano, o sector espera conseguir uma produção global de mais ou menos 350 mil toneladas, volume que poderá atingir as 600 mil em 2015, fruto dos investimentos já feitos e em curso.