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Zimbabué: ministro defende compensações para agricultores brancos


Zimbabué: ministro defende compensações para agricultores brancos
Zimbabué: ministro defende compensações para agricultores brancos

O ministro das Finanças do Zimbabué, disse que os agricultores brancos expulsos de suas terras pelos apoiantes de Mugabe devem ser compensados, mas que o governo não tem dinheiro.

O ministro das Finanças do Zimbabué, Tendai Biti, disse que os agricultores brancos que foram expulsos de suas terras e casas pelos apoiantes do presidente Robert Mugabe devem ser compensados, mas que o governo não tem dinheiro para os pagar. Biti disse num encontro com apoiantes seus em Harare ser ridículo terem continuado os despejos daqueles agricultores muito tempo depois do chamado programa de reforma agrária ter terminado.

Tendai Biti afirmou que o Zimbabué ainda não se pode auto alimentar e que os títulos de propriedade na forma de alugueres a longo prazo, apoiados pela lei e plenamente transaccionáveis, devem ser restaurados a terras tomadas aos agricultores brancos.

Essas terras são propriedade do Estado e nenhum dos chamados novoss agricultores agora nessas terras tem segurança da sua posse.

O programa de reforma agrária iniciado pelo presidente Mugabe destinou-se a redistribuir terras que o presidente disse terem sido tomadas ao povo do Zimbabué durante a era colonial britânica.

Biti criticou alguns dos novos agricultores, a maioria deles apoiantes do partido ZANU-PF de Mugabe, por falharem em restaurar a que foi uma robusta agricultura do país. Afirmou que alguns deles não vivem sequer nas terras que lhes foram dadas, mas que operam as suas fazendas a partir das cidades via telemóvel.

Biti, um membro do Movimento para a Mudança Democrática, disse também que o Zimbabué necessita desesperadamente de uma avaliação de terras após o caótico exercício de distribuição de terras e que os agricultores brancos despojados devem receber uma compensação.

Biti disse que o Zimbabué não pode pagar sete mil milhões de dólares de dívidas herdados da antiga administração ZANU-PF em 2009.

Sugeriu que a compensação para os agricultores brancos poderia ser parte da dívida soberana do Zimbabué e ser paga no futuro quando o Zimbabué alcançar reconhecimento internacional como um estado altamente endividado.

Biti disse também aos seus apoiantes que a resolução da questão das terras é essencial para fixar a economia. “A economia não crescerá a níveis de dois dígitos se não fixarmos três coisas: se não fixarmos a nossa política, se não fixarmos a questão da dívida e se não fixarmos a questão das terras”, precisou.

Uma avaliação de terras é um dos assuntos principais do acordo político multi-partidário que levou à formação do actual governo em funções há 31 meses.

Biti afirmou que a redistribuição de terras terminou em 2005 e que é ridículo que os restantes 200 ou mais agricultores brancos continuem a ser despejados das suas fazendas.

Cerca de 4000 agricultores brancos que produziam cerca de 40 por cento dos lucros com as exportações foram forçados a abandonar as suas terras, a economia do Zimbabué entrou em colapso e o país registou uma inflação recorde que ajudou a tornar a moeda local a ficar sem valor. As coisas não voltaram ao normal até o actual governo ter adoptado o dólar americano e o rand sul-africano como moedas de transacção.

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