No momento em que a comunidade internacional tenta ajudar os dez milhões de vítimas vulneráveis do Corno de África, voltam a ser escrutinadas soluções de longo prazo para evitar tais desastres humanitários.
Entre elas encontram-se uma melhor previsão meteorológica e a criação de redes de segurança social.
John Hoddinott, um especialista do Instituto Internacional de Pesquisa Alimentar, faz uma avaliação crítica da forma como as agências internacionais de assistência reagem aos desastres como o que ocorre na região do Corno de África.
“Considero que as agencias têm dificuldade em encontrar o equilíbrio adequado entre dizerem que pode ocorrer uma crise e afirmar que a crise já se manifesta. Compreendo que não desejem levantar alarmes falsos, mas tal não significa que quando chega às consciências dos governos ocidentais, a crise já se encontra bastante avançada.”
Eric Wood, professor da Universidade de Princeton, trabalha com a UNESCO, no desenvolvimento do controlo da seca e a previsão meteorológica no continente africano para elaborar um sistema de alarme mais rápido.
Existe igualmente um novo projecto da União Europeia para reforçar a preparação e a adaptação às secas em África.
O governo dos Estados Unidos possui a sua própria organização denominada de Rede de Sistemas de Alerta contra a Fome, instituído em 1984 e 1985 no decurso das crises de fome no Sudão e na Etiópia.
O director do programa afirma acreditar que quantas mais organizações similares existirem, maior a informação para desencadear mais cedo as acções.
Muitos especialistas consideram que tal como todas as boas ideias, incluindo a melhoria das culturas nas áreas vulneráveis, falta com frequência o financiamento adequado.
Para Hoddinott, o especialista da Rede de Sistemas de Alerta contra a Fome, manifesta-se encorajado pela lenta expansão na Etiópia de um Programa denominado Rede de Segurança da Produção.
“O conceito subjacente reside na formação de uma rede permanente que permita às populações acesso ao emprego por troca em trabalho no sector público de uma forma previsível e de confiança”.
O programa associa protecção social com o apoio agrícola, tal como dinheiro ou alimentos por troca em trabalho de projectos comunitários de conservação de águas.
No Corno de África têm se registado elevados índices de má nutrição das crianças em diversos locais, muitos deles com muito pouca infra-estrutura.
A seca afecta essencialmente a já marginalizadas ou deslocadas populações na Somália, no Quénia, na Etiópia e no Djibouti.
As próximas chuvas, se ocorrerem, não são esperadas até Outubro, com as próximas culturas esperadas no princípio do ano de 2012.