Os cidadãos em extrema pobreza, manifestam-se inquietantes com a subida de preço do pão que a partir da passada segunda-feira, subiu de preço de dez para quinze kwanzas, ou seja, de um para um dólar e meio. As comunidades reclamam dizendo que os filhos ficarão sem comer pão.
«A subida do preço do pão é um grande prejuízo para a população porque existem pessoas honestas que vivem de cem kwanzas dia," disse um cidadão contactado pela Voz da América.
"Essas pessoas são chefes de família mas já não terão capacidade de assegurar a sobrevivência dos filhos, porque o pão subiu de preço», defendeu um dos cidadãos reagindo aos microfones da Voz de América no Namibe.
Autoridades governamentais da província mostram-se impotentes para travar a subida do custo do pão, reclamado pelas comunidades locais afirmando que o decreto nº 74 do ano de 1997 liberaliza o preço de pão.
«Torna-se difícil a direcção Provincial da industria, na qualidade de órgão reitor, envolver-se no caso, tendo em conta a observância do decreto 74/1997 que liberaliza o peço do pão em Angola, o que se pode fazer é apenas apelar o bom senso dos empresários para um olhar atento as reclamações da população» disse Andrade Kayalo Sangongue Director Provincial do Namibe da Industria em exercício.
O Empresário Ranato Moniz, da Associação dos Padeiros do Namibe, falando em nome da classe empresarial do ramo, disse reconhecer as dificuldades financeiras da populaçã mas insurgiu-se contra o facto dos meios de informação só se preocuparem com a subida do preço do pão e não de outros produtos.
«Estou a falar em nome dos meus colegas, acho que sentem o mesmo que sinto. Todos os outros produtos quando sobem de preço, eu nunca vi esta coisa de jornalistas andarem para trás, para frente, a procura de factos. Quando o arroz sobe, quando o açúcar sobe, quando o óleo sobe, quando o sal sobe, eu não tem existido assim tanta preocupação dos jornalistas, só com a subida do pão», acrescenta desabafando:
« A população não come só pão, também come outras coisas, embora o pão é o bem essencial. É preciso compreender que também temos gastos, o custo da farinha trigo subiu muitas vezes e nós, não temos outra saída se não aumentar também o preço."
O Director do Inadec- Instituto de defesa do consumidor Alberto Sobrinho, manifestou igualmente o seu desapontamento pelo constrangimento da população, resultante da subida do preço do pão no Namibe.
Governo não pode intervir devido a lei de mercado livre