Avalia-se em dezenas de milhões de pessoas que sejam vítimas de tráfico humano. A Organização Internacional de Migrações e o Gabinete da ONU Sobre Drogas e o Crime prometeram uma colaboração mais estreita para combater a situação.
Aquelas agências assinaram, recentemente, em Viena um acordo para assegurar o melhor controlo das fronteiras nacionais no que definiram como sendo uma forma integrada, moderna e humana.
Laurence Hart é o responsável pela divisão de migração da Organização Internacional de Migrações.
“Podemos citar varias fontes, mas não existe informação concreta e correcta. Acredita-se que existam entre 12 e 27 milhões de vítimas de trafico. Isto fica dever-se de não existirem mecanismos mundiais para detectar correctamente as vítimas de trafico.”
A Organização Mundial do Trabalho avalia que o trafico e o contrabando humano é uma corrente que movimenta anualmente 32 mil milhões de dólares.
A ideia de uma pessoa objecto de trafico costumava a ser essencialmente um estereótipo que foi criado com a prostituição. Agora o perfil de uma pessoa objecto de trafico é cada vez mais alargado por que existe um crescente aumento do número de homens que são objecto de trafico com fins laborais.
Por exemplo, muitos homens traficados da Ásia vão parar ao sector pesqueiro em África. Muitas mulheres Africanas têm sido traficadas para a Ásia.
“Com frequência o que acontece é que uma pessoa, para obter um determinado posto de trabalho, tem de pagar a um intermediário. O intermediário exige dinheiro para isso e a pessoa não tem necessariamente o dinheiro. Por isso diz que lhe vai pagar. Assim nasce uma ligação que a divida nunca é paga ou que a divida parece que nunca acaba.”
Hart refere que as vítimas de trafico podem ser forçadas à produção de bens de consumo, embora as empresas para quem trabalham não saibam disso.
O novo acordo apela a uma maior resposta para o problema, tanto a nível local, regional e internacional. Destina-se igualmente a aumentar a cooperação com outras agências, incluindo o Grupo Mundial de Migrações e o Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico de Pessoas.