Agastados com a pressão no seio das famílias e promessas que já levam há mais de um ano, os tripulantes ao serviço das embarcações de fiscalização da costa da região do Namibe, pedem o bom senso das autoridades centrais do sector de pescas.
Pretendem soluções que visem ultrapassar, o mais cedo possível, o problema dos contratos e atraso de um ano e três meses no pagamento dos salários.
João Candanda, um dos tripulantes disse que até hoje, não sabe como tem assegurado a sobrevivência da sua família, admitindo que só a obra do milagre pode sobreviver as famílias dos visados.
«Estamos na fiscalização desde finais do ano de 2010, até aqui nunca recebemos nada. Somos tripulantes dos barcos, denominados, “Bula Matadi” e “Comandante Kassandji”, da fiscalização marítima, propriedade do Estado, Ministério da Agricultura e Pescas», esclareceu o jovem visado.
Disse que, basicamente, estão há um ano e três meses e nunca viram a cor do dinheiro de seu suor. Atravessam muitas dificuldades para atender às preocupações prementes das famílias.
Melhores dias virão, tem sido a mensagem das autoridades locais, que pelo tempo que já se foi, os tripulantes visados acabaram por perder esperança dos melhores dias evocados.
Carlos Sassela, outro aflito disse que um dos grandes problemas com que os visados enfrentam, tem a ver com o pagamento das propinas. Alguns filhos frequentam o ensino médio e os bolsos dos encarregados de educação já suportam a rotina.
Fazem um apelo aos dirigentes do sector para que se esclareça de uma vez por todas situações desta natureza que segundo eles parece não ter fim.
O chefe dos serviços de fiscalização das pescas, Jorge Martins, em resposta disse que os trabalhadores reivindicadores têm razão e o problema será resolvido nos próximos dias.
"A informação que prestaram é correcta, como o senhor sabe, toda a documentação administrativa tem os seus prazos e também tem os seus percalços, e neste âmbito neste momento este processo está a registar atrasos. Mas, podemos garantir aqui e agora que no mais curto espaço de tempo, o problema será resolvido", garantiu o Chefe da Fiscalização
da Direcção das Pescas do Namibe, Jorge Martins.