Os organizadores das manifestações passaram a ser alvo de perseguições nas suas próprias residências por indivíduos que geralmente trajam à civil, apresentam-se mascarados, e também andam armados com armas de fogo.
No fim-de-semana passado foi visada a casa de Ermelinda Freitas, uma conhecida activista política e cívica.
Ela descreveu os atacantes, que se apresentaram em número de sete e demonstravam especial atenção para com os computadores e demais meios informáticos.
“Apontaram as armas nas costas do meu marido na sala e levaram-no para o quarto e eu disse vocês não matem já e eles disseram não vamos matar e foram-se embora.”
Dona Ermelinda formalizou hoje queixa junto da unidade policial do Cacuaco, adiantando que os oficiais pareciam interessados em esclarecer o caso.
Apesar disso disse também que não tem dúvidas quanto às reais motivações dos assaltantes.
“Eu penso que a história do assalto foi uma simulação. Eles vinham para vir buscar os documentos e o computador e essas coisas assim, isso sim era o que eles vinham fazer. Tanto o que tinha a cara tapada dizia computadores, computadores e telefones.”
Num outro acontecimento, ainda neste fim-de-semana, Adolfo Campos, viu o seu carro vandalizado.
“Eles apareceram, abriram o carro pela porta de trás, abriram o capot e puxaram o tubo da gasolina, então quando dei o arranque a gasolina saiu toda para fora. No dia seguinte a mesma coisa, desligaram a instalação eléctrica e aquilo dava choque.”
No Luena, o responsável regional do PP foi levado sábado para a cadeia por supostamente ter fotografado partes da cidade. O secretário devia ser presente em tribunal hoje para julgamento sumário, acusado de crime de desobediência, num processo ao qual não foram anexadas as provas.
“Não está pendente nos autos nenhuma fotografia, não esta presente a própria máquina fotográfica, o procurador perante essas falta de provas não promoveu o julgamento sumário que se esperava, mas garantiu que iria ouvir amanha como arguido e então emitiria o seu despacho de soltura ou de termo de identidade e residência ou por caução.”
Era David Mendes entrevistado a partir do Luena, capital do Moxico.
Organizadores de manifestações alvo de perseguições nas suas próprias residências por indivíduos ar5mados e encapuzados