No Iémen, os militares dispararam tiros de alarme para prevenir um recontro entre manifestantes pró e anti-governamentais.
O incidente teve lugar hoje quando o presidente Ali Abdullah Saleh disse aos seus apoiantes que iria resistir aos repetidos apelos da oposição para que se demita.
Saleh está em negociações com as chefias militares visando criar um conselho de transição que dirija o país até as eleições parlamentares, enquanto o movimento de protestos vai se alastrando por todo o país.
A pressão parece ganhar corpo em todo Iémen contra o presidente Ali Abdullah Saleh, pese embora os Estados Unidos e outros seus aliados parecem estar a favor de uma mudança mais gradual do poder num frágil país marcado pelo surgimento de várias correntes extremistas incluindo a al-Qaida.
Desde a semana passada influentes generais, líderes tribais, diplomatas e ministros demitiram-se a favor dos protestos. Apesar disso o presidente Saleh obteve o acordo do parlamento para instaurar o estado de emergência durante um mês, uma acção que lhe dá largos poderes para oprimir os seus opositores. Ele fez igualmente importantes concessões, incluindo a promessa de abandonar o poder no final deste ano, antecipando assim as eleições presidenciais que só deveriam ter lugar em 2013 altura do fim do seu mandato.
A proposta foi no entanto rejeitada pelo principal bloco da oposição, e num comunicado difundido ontem a noite pela al-Jazeera, o presidente Saleh prometeu uma transferência pacífica do poder, sem para já precisar as bases e condições da sua iniciativa. O presidente que acusou a oposição de radicalismo, chegou mesmo a oferecer amnistia aos militares que ultimamente se desertaram para o lado da oposição.
Informações a circular em Sanaa indicam que o presidente Saleh e o seu meio-irmão o General Ali Mohsen al-Amar largamente conhecido como o segundo homem mais poderoso do Iémen, estavam em negociações para abandonar o poder. Responsáveis iemenitas próximos dos dois homens referem a possibilidade dos dois se resignarem nos próximos dias transferindo o poder a um conselho civil de transição.