Na Líbia, foram hoje registadas várias explosões a leste da capital Tripoli, no sexto dia da intervenção militar estrangeira.
Os ataques aéreos da coligação internacional têm como alvo unidades militares pro-Kadhafi que ainda controlam algumas cidades onde têm morto civis indefesos.
As forças leais ao Coronel Muammar Kadhafi retomaram ontem o assalto a cidade de Misrata, horas depois da aviação internacional ter entrado em cena para impedir um ataque das forças governamentais.
O ministro-adjunto dos negócios estrangeiros líbio, Khalid Kaim dizia hoje não ter havido operações militares no terreno das tropas governamentais em Misrata, a terceira maior cidade da Líbia.
“Hoje, não há nenhum ataque das forças líbias quer seja aérea como terrestre, e não existe operações militares em Misrata. A situação está apenas confinada a um número limitado de focos de violência e de atiradores furtivos em diferentes áreas de Misrata.”
Apesar do desmentido do governante líbio, o ministro francês dos negócios estrangeiros disse que as operações militares da coligação internacional têm por objectivo proteger os civis.
“Trata-se de proteger os civis, e também para fazer com que os opositores de Kadhafi que têm lutado pela democracia e liberdade, obtenham alguma vantagem. É por isso que estamos a atacar as unidades pró-Kadhafi, e nada mais" disse o ministro Alain Juppé.
No inicio do dia um médico em Misrata disse que as forças pró-Kadhafi levaram a cabo bombardeamentos indiscriminados durante a véspera nas imediações do único hospital da cidade, isso enquanto atiradores furtivos alvejavam civis a partir de tecto dos edifícios.
Um alto oficial americano confirmou igualmente a ocorrência, e indicou que a coligação internacional estava agora a orientar os esforços no sentido de eliminar as forças pró-Kadhafi que no terreno estão a atacar populações civis nas cidades ainda em disputa, com unidades mecanizadas de artilharia e de mísseis móveis.
Enquanto isso crescem receios de crise humanitária em algumas cidades. Agências de ajuda e o governo americano estão a criar bases de armazenamento de víveres em cidades do leste da Líbia e em países vizinhos prevendo casos de emergência humanitária. Mark Ward um alto funcionário da Agencia Americana para o Desenvolvimento Internacional disse estar preocupado com a situação na cidade de Misrata.
As agências de ajuda internacionais também têm dificuldades em enviar ajudas a Misrata e outras cidades alvos ainda de combates. Questionado se os militares deverão assegurar a distribuição de ajudas de emergência, um responsável militar americano respondeu dizendo que todas as opções estavam sobre a mesa.
No âmbito das sanções económicas, o governo americano revelou a descoberta nos bancos americanos, de fundos e haveres do governo líbio no valor de 32 bilhões de dólares. O fundo que foi imediatamente congelado representa uma parte da reserva líbia. A Líbia dispõe de um fundo soberano de 40 bilhões de dólares e de uma reserva no seu banco central no valor de 110 bilhões de dólares, revelou hoje o jornal The Washington Post.