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Golpe militar no Mali criticado a nivel internacional


Soldados malianos golpistas
Soldados malianos golpistas

Os Estados Unidos condenaram a violência iniciada por elementos das forças armadas do Mali

Soldados malianos enfurecidos pela forma como o governo encarou a rebelião Tuareg no norte do país, indicaram ter derrubado o presidente Amadou Tounami Toure – escassas semanas antes de uma eleição que teria marcado o termo do seu mandato.

Residentes indicaram à Voz da América que continuava a escutar-se tiroteio esporádico em Bamako, poucas horas após soldados amotinados – que se intitulam de Comité Nacional para a Restauração da Democracia e do Estado – terem assumido o controlo do Estado.

Aparecendo na televisão o porta-voz dos militares, o tenente Amadou Konare, referiu que as forças armadas tinham decidido acabar com o regime incompetente do presidente Amadou Toumani Toure.

A mesma fonte indicou que a constituição tinha sido suspensa até nova indicação, e que todas as instituições do governo tinham sido dissolvidas.

O porta-voz adiantou que um governo abrangente será criado após consultas com os representantes da nação.

Os indícios do golpe começaram a aparecer na manha de quarta-feira com um motim de soldados num campo militar situado próximo da capital e que se espalhou para uma base militar no nordeste.

Os soldados indicaram que não lhes tinham sido armas adequadas, munições e alimentos para confrontar os separatistas Tuareg, na região norte do país

Desde o início da rebelião em Janeiro, inúmeros soldados malianos foram mortos ou capturados, embora o governo não tenha divulgado os números exactos.

Os soldados ergueram postos de controlo ao redor da capital, impuseram um recolher obrigatório e encerraram as fronteiras terrestres e aéreas.

Na intervenção televisiva, o porta-voz dos militares sublinhou que em nenhuma circunstância o objectivo era o de assumir o poder, prometendo devolver o poder a um presidente democraticamente eleito logo que o país esteja reunificado e a sua integridade deixe de estar ameaçada.

O Mali tinha marcado para 29 de Abril um sufrágio presidencial, com o presidente Toure, um antigo oficial do exército e ele mesmo líder de um golpe, a não concorrer a um novo mandato.

Toure já tinha cumprido dois mandatos na Chefia do Estado.

A União Europeia exigiu o regresso do Mali ao regime constitucional, o mais cedo possível, na sequência de um aparente golpe de Estado.

A responsável pela política externa da União Europeia, Catherine Ashton, condenou o motim militar.

Os Estados Unidos condenaram com firmeza a violência iniciada por elementos das forças armadas do Mali, apelando ao regresso imediato do regime constitucional, incluindo a autoridade civil sobre as forças armadas, e o respeito pelas instituições democráticas e as tradições do país.

Os Estados Unidos acolheram com agrado as declarações da União Africana e a CEDEAO condenando a tomada inconstitucional do poder no Mali.

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