Kumba Ialá decidiu boicotar a segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau.
"Não reconhecemos o resultado", disse em Bissau o candidato que, por ser o segundio mais votado, devia disputar a finalissima com o ex-primeiro ministro Carlos Gomes Júnior - o mais votado no escrutínio de domingo.
Numa conferência de imprensa em Bissau com os candidatos derrotados Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Balde, Kumba Ialá disse haver "montanhas de provas de fraude" que serão apresentadas em tribunal esta sexta-feira.
"Não reconhecemos qualquer resultado fraudulento saído das urnas nas últimas eleições de dia 18, queremos que as eleições sejam transparentes e não fraudulentas", disse Kumba Ialá.
Questionado sobre se a posição dos cinco não poderá por em causa a paz e a estabilidade, tema forte na campanha de todos, Kumba Ialá respondeu: "O que poderá pôr em causa a estabilidade é o senhor Carlos Gomes Júnior," que comparou a um gerente de taberna.
O candidato admitiu que os observadores internacionais (que foram unânimes em considerar as eleições livres e justas) "têm o seu papel" mas que, por não conhecerem o país, "não podem saber o que se passa".
Serifo Nhamadjo disse que os cinco tinham proposto a não publicação dos resultados e pedido prudência por temer que "a precipitação pudesse causar problemas", e acusou a CNE. "As consequências dessa precipitação será responsabilidade dos que a fizeram", disse.