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Insultos e mentira envenenam politica do Gana


Vale tudo: acusações não substanciadas, assassinatos de carácter e puras mentiras

O Ghana vai às urnas em Dezembro próximo e a chamada política de insultos tornou-se generalizada em alguns sectores dos meios de comunicação.

Em vez de se centrar nos assuntos, assiste-se a constantes ataques das personalidades dos candidatos, dos dirigentes dos partidos políticos e do próprio presidente.

Os insultos assumem a forma de acusações não substanciadas, de assassinatos de carácter e mesma de puras mentiras, tudo perpetuado nos media.

Sulemana Braimah, o vice-director executivo do grupo sem fins lucrativos, Media Foundation para a África Ocidental, destaca que a tendência se tornou generalizada na rádio, sendo manipulada por agentes de partidos políticos, detentores de cargos públicos e comentadores da rádio.

“A situação fica a dever-se, em parte, ao ambiente liberalizado da média Ganense. Antes, as oportunidades para as pessoas se expressarem estavam limitadas em termos do número das estações de rádio. Até cerca de 1994 não existia uma única estação de rádio privada. Cada estação tem agora programas com a participação dos ouvintes, e nunca se sabe o que vai ser dito”.

Kofi, um residente em Acra e apoiante de um partido político, indica que tudo faz parte do desporto e da competição política e não vai acabar tão cedo.

Braimah sustenta que uma outra razão para a actual tendência na política de ataques pessoais foi o cancelamento das leis contra as calúnias difamatórias.

Braimah responsabiliza essencialmente a falta de profissionalismo dos meios de comunicação, sublinhando que os apresentadores dos programas de rádio ou não têm experiencia ou o desejo de moderar os convidados, sendo o resultado paixões inflamadas e ausência de política.

“O que aconteceu recentemente na "Asempa FM" foi o sinal do que o insulto pode representar se não for controlado de imediato. A polícia teve de intervir e ouvimos que os partidos políticos estavam a mobilizar os apoiantes para se confrontarem”.

O presidente John Atta Mills afirmou mesmo que as mentiras e a linguagem obscena não garantem o êxito de qualquer político.

A Media Foundation para a África Ocidental concorda que um eleitorado bem informado ajuda ao crescimento e desenvolvimento da democracia tendo feito um apelo aos médios de informação do Gana para que se abstenham de insultos e da intolerância na cultura política do país.

A partir do próximo mês e até às eleições aquela organização vai publicar relatórios sobre as emissões politicamente abusivas.

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