A eleição de Vladimir Putin para o cargo de presidente da Rússia a 4 de Março passado terá enfraquecido um movimento de oposição no seio da classe-média.
Depois de massivos protestos de rua durante o inverno, a ultima manifestação convocada no Sábado passado não conseguiu uma forte adesão popular.
James Brooke enviou uma reportagem de Moscovo e evoca os planos futuros da oposição russa e diz que o movimento de Democracia russa está a procura de novas direcções após a eleição de Vladimir Putin para um mandato de 6 anos.
Ksenia Sobchak, uma estrela de televisão convertida em activista política disse aos manifestantes em Moscovo que o movimento deverá definir os objectivos de um Estado positivo.
Ela diz que o movimento tem que ir para além da canção “Rússia sem Putin”, e que os democratas tem que dizer que estão a favor da independência dos tribunais, a diversidade de opinião na televisão, e a restauração de eleições directas de presidentes de câmaras e governadores.
Mikhail Makarov um dos manifestantes diz por sua vez que os defensores da democracia deviam expandir o movimento por toda a Rússia. Enquanto utilizador da internet, Makarov diz que as populações das zonas recônditas dependem demasiado da televisão estatal para terem o acesso a informação.
Olga Sergeyeva uma outra manifestante intervém para dizer que a expansão da sociedade civil deverá ser a chave de sucesso na construção de um sistema político mais aberto na Rússia. Para ela os democratas russos precisam mais do que nunca de um verdadeiro partido político.
Nas eleições de 4 de Março, Mikhail Prokhorov um homem de negócios obteve mais votos no centro da Rússia do que o primeiro-ministro Vladimir Putin. Esta semana, Prokhorov está basear-se do apoio da classe média para criar um novo partido político.
Andrei Khoroshilov um organizador de eventos vê o surgimento do partido de Prokhorov como ascensão do movimento civil em torno das eleições durante o inverno. Ele acredita que com o calor da Primavera os russos serão mais activos em torno do partido de Prokhorov e noutros movimentos de massa.
Enquanto a coligação anti-Putin se prepara para a chegada da Primavera, tudo indica que o movimento está a perder os ser extremos. No comício organizado no Sábado último foi patente a notória ausência de bandeiras negras dos nacionalistas e das vermelhas dos comunistas.
Os nacionalistas não gostaram pelo facto dos seus líderes não terem sido permitidos a dirigir-se ao público durante o comício. Decidiram abandonar a concentração organizando uma marcha não autorizada que conduziu muitos dos seus membros a serem detidos pelas autoridades.
Apoiantes da esquerda, a chamada Frente Esquerda, intervieram durante o comício e apelou a uma “Marcha de um milhão” para protestar durante a tomada de posse de Vladimir Putin no próximo dia 7 de Maio.
Determinados a não perder o apoio da classe média, os liberais disseram por seu lado que vão trabalhar nos próximos meses no sentido da reforma na Rússia – mas não de uma revolução.