A organização de direitos humanos Human Rights Watch manifestou preocupação em relação a ameaças de morte feitas contra figuras da oposição e activistas dos direitos humanos em Angola.
A organização acusou também o governo de levar a cabo uma campanha de intimidação relacionada com uma manifestação anti-governamental programada para a passada Segunda-feira e que nunca chegou a realizar-se.
No seu comunicado a Human Rights Watch disse também estar preocupada com as detenções arbitrarias de jornalistas e activistas e com o abuso dos mídias estatais para fins politico partidários.
“Funcionários do governo angolano e do partido no poder serviram-se de alegações infundadas de possível violência, incluindo o risco iminente de uma guerra civil para dissuadir as pessoas de participarem nos protestos,” disse a organização.
A Human Rights Watch detalhou as prisões de jornalistas e de 17 jovens de Luanda e a detenção em Cabinda de quatro activistas da antiga associação cívica Mpalabanda banida há alguns anos.
A Human Rights Watch disse ter recebido também notícias de detenções arbitràrias no Dundo na província da Lunda Norte a 5 de Março.
A organização detalha também casos em que jornalistas em Luanda e Benguela receberam mensagens texto anónimas em que se avisava as pessoas para não participarem nos protestos afirmando que qualquer manifestação tinha como objectivo arrastar o país para a anarquia e a guerra civil.
“O partido angolano no poder não devia assustar as pessoas com uma nova vaga de violência para as dissuadir de expressar livremente as suas opiniões,” disse Daniel Bikele director da divisão África da organização para quem o desrespeito do governo angolano para com as liberdades políticas fundamentais “não é um bom prenúncio para as próximas eleições legislativas”.
O comunicado fez notar as ameaças de morte feitas contra David Mendes e os actos de vandalismo contra viaturas de membros da organização de direitos humanos “Mãos Livres”.
“As ameaças de morte politicamente motivadas contra políticos da oposição, advogados e defensores dos direitos humanos são motivo de gravíssima preocupação,” acrescentou.