Os albinos são um grupo de pessoas que muito sofrem de discriminações em África. Nalguns países são mesmo vítimas de perseguições, agressões e assassinatos. Em Moçambique acaba de ser publicado um livro sobre a questão.
O albinismo e os problemas vividos pelas pessoas que vivem nesta condição baseada em problemas de pigmentação é tema de um livro desafiando a sociedade a reflectir sobre os mitos e preconceitos em volta desta situação.
São testemunhos de vidas cercadas por preconceitos e discriminações baseadas na pigmentação da pele.
Trata-se dos “Filhos da Lua”, uma obra de texto e fotografias que pretende despertar a sociedade para os problemas enfrentados pelos albinos numa sociedade em que continuam a ser considerados como seres de outro mundo.
A obra conta com fotografias de Solange Santos e de Filipa Embaló e visa desmistificar os preconceitos e os mitos em volta dessa questão.
José de Sousa, técnico administrativo de profissão é um dos exemplos vivos de descriminação e contou na primeira pessoa à “Voz da América” um dos casos que continua a marcar a sua vida.
“Um dos casos que mais me marcou foi no emprego. Fui uma vez prestar provas para uma vaga. Tive a melhor nota, mas não fui admitido, simplesmente por ser albino e o patronato achou-me incapaz de exercer a actividade”, lembrou com muita mágoa José de Sousa.
Um dos mitos mais comuns em Moçambique diz que os albinos não morrem, mas sim desaparecem. Este é um dos vários aspectos encontrados e desmistificados no livro.
O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, considera que a situação em Moçambique continua melhor, relativamente a países como a Tanzânia, onde os albinos chegam a ser perseguidos nas comunidades, contudo, lamenta a prevalência dos preconceitos e disse esperar que a obra ora lançada contribua para consciencializar a sociedade.
Ouça a reportagem do William Mapote.
Os albinos são um grupo de pessoas que muito sofrem de discriminações em África.