Mais de 220 pacientes infectados com tuberculose em Malanje vivem nos bairros periféricos da cidade capital e o director-geral o Hospital Sanatório local, Manguituka Pedro Chanjé, está preocupado com o elevado índice de pacientes que abandonaram o tratamento nos últimos anos.
Apesar do registo da diminuição de 26 por cento de pacientes que suspenderam a terapia, no ano passado, em relação ao 31,2 por cento de 2010, o quadro continua a inspirar muitos cuidados, porque aquela instituição não possui qualquer meio de transporte para acompanhar os enfermos no domicilio.
Dos seis pacientes com tuberculose resistente por abandono da medicação até o ano findo, cinco morreram e um evadiu-se do Hospital Sanatório e desconhece-se o seu paradeiro.
O gráfico endémico por zonas geográficas aponta os bairros localizados a Sul,Norte,Leste,Oeste e centro da cidade de Malanje.
“Nós temos o bairro da Maxinde em primeiro lugar. Aí tivemos quase no internamento só durante o ano que findou 48 casos.A seguir, temos a Catepa com 44 casos, Carreira de Tiro com 40, Ritondo com 26 casos,Canâmbua com 20, Vila Matilde 21, Campo de Aviação com 25 casos. O que significa que aqueles casos estão dispersos e que nós não temos o controlo nos preocupa bastante”, justificou Pedro Chanjé.
Muitas pessoas infectadas, independentemente apresentarem alguns sintomas ou manifestações anormais do sistema respiratório circulam normalmente pelas diferentes ruas desta capital e desinteressadas em consultar os serviços competentes.
Ao nível dos 14 municípios da província, os diagnósticos realizados em 2011 confirmaram a existência de 721 casos positivos,enquanto que no ano anterior (2010) foram notificados 669 infectados, com 26 óbitos.
O director do Hospital Sanatório apela à juventude para uma alimentação saudável e se abdicarem do consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
“O doente - disse - é detectado e tem que ser controlado para não infectar. Cada doente com bacilo de koch positivo tem probabilidade de contaminar 18 a 20 indivíduos por ano. Imaginemos uns 700 e tal que anda dispersos, sem controlo".
"Portanto, teremos a rede toda infectada, isto porquê?”- interrogou-se o responsável, para depois responder à sua própria pergunta: “O bacilo aproveita a pouca imunidade que o indivíduo tem. Hoje em dia, temos a juventude quase inclinada mais no álcool, pouco come, as condições sociais não são suficientes e o bacilo penetra nestes indivíduos com poucas condições de vida”.
O programa de combate a tuberculose em Malanje formou nos últimos anos enfermeiros em diversos centros e postos de saúde espalhados pela região para o atendimento de pacientes com a referida doença. Um laboratório de referência funciona no Hospital Sanatório de Malanje (HSM) com os meios necessários para a confirmação das amostras.
As valências disponíveis ajudam na realização do tratamento dos doentes internados e em regime ambulatório.