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António Guterres pede "solução pacífica" para crise em Moçambique e Brasil apela à contenção


António Guterres, secretário geral da ONU (esq) e Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique (dir), Maputo (Foto de Arquivo)
António Guterres, secretário geral da ONU (esq) e Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique (dir), Maputo (Foto de Arquivo)

Apelos surgem depois de fuga de mais de 1500 presos de uma cadeia de segurança máxima

O secretário-geral das Nações Unidas diz estar preocupado com a violência em Moçambique e exorta os líderes políticos a procurarem uma "solução pacífica" para a crise pós-eleitoral.

Após a fuga de mais de 1500 detidos da prisão de alta segurança na Machava, no dia do Natal, o Governo brasileiro também acompanha "com preocupação" a situação e apela à "contenção máxima".

Numa nota emitida no início da noite desta quinta-feira, 26, a porta-voz associada de António Guterres escreve que ele tomou nota do anúncio do Conselho Constitucional de Moçambique sobre o resultado das eleições gerais realizadas a 9 de outubro de 2024.

"O secretário-geral está preocupado com a violência pós-eleitoral, que resultou em perda de vidas e na destruição de propriedades públicas e privadas", diz Stéphanie Tremblay.

"Ele exorta todos os líderes políticos e as partes interessadas nacionais relevantes a neutralizar tensões, incluindo diálogo significativo, reparação legal, abster -se do uso da violência e redobrar esforços na busca de uma solução pacífica para a crise em andamento, de maneira construtiva, que é essencial para o futuro coletivo dos moçambicanos", afirma Trembay, concluindo que Guterra "continua a seguir de perto os desenvolvimentos".

Em Brasília, o Ministério das Relações Exteriores afirma em nota que "o Governo brasileiro acompanha, com preocupação, a repercussão do anúncio, pelo Conselho Constitucional, em sessão de 23/12, da eleição do candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Daniel Chapo, como Presidente da República", bem como "manifestações, distúrbios de rua e fuga de detentos (que) se seguiram à decisão, com registo de dezenas de vítimas fatais e feridos".

O Itamaraty "exorta, tanto o novo Governo quanto a oposição, à máxima contenção e ao diálogo sem prerrequisitos, com vistas a garantir a paz, a estabilidade e os valores democráticos, e impedir o prosseguimento da violência pós-eleitoral".

Ainda de acordo com a nota, o Ministério das Relações Exteriores recomenda que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada no país que acompanhem a página e as mídias sociais da Embaixada do Brasil em Maputo, "mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e evitem aglomerações".

Em Maputo, a capital de Moçambique, depois da fuga de mais de 1500 presos ontem, dos quais 33 morreram, a Plataforma Eleitoral Decide informou que desde a realização das eleições a 9 de outubro, 252 pessoas perderam a vida durante os protestos que eclodiram no país.

Metade das mortes, 125, foi registada de 23 a 26 de dezembro, na sua grande maioria na província de Maputo.

Conselho Constitucional proclama Chapo como vencedor das eleições de 9 de outubro
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Aquela organização não governamental acrescentou que em 66 dias, 4.175 pessoas foram detidas, das quais 137 ao longo desta semana.

De acordo com a mesma fonte, desde outubro, 569 pessoas foram baleadas, sendo que 224 ocorreram desde segunda-feira.

Há seis desaparecidos.

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