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Mais de 250 mortos nas manifestações moçambicanas, diz Plataforma Eleitoral Decide


Feridos nas urgências do Hospital Central de Maputo em resultados dos protestos eleitorais em Moçambique, 24 de Dezembro 2024. Fotografia de Francisco Júnior
Feridos nas urgências do Hospital Central de Maputo em resultados dos protestos eleitorais em Moçambique, 24 de Dezembro 2024. Fotografia de Francisco Júnior

Venâncio Mondlane acusa a polícia de fomentar a agitação pós-eleitoral para levar o Governo a declarar estado de emergência

Desde a realização das eleições a 9 de outubro, 252 pessoas perderam a vida durante os protestos que eclodiram em Moçambique.

Metade das mortes, 125, foram registadas entre 23 e 26 de dezembro, avança a organização não governamental Plataforma Eleitoral Decide nesta quinta-feira, 26.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou nesta quinta-feira, 26, nas redes sociais, a polícia de fomentar esses distúrbios para levar o Governo a declarar estado de emergência.

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A maioria das vítimas foi registada na província de Maputo.

A Plataforma Eleitoral Dedice acrescenta que em 66 dias, 4.175 pessoas foram detidas., das quais 137 ao longo desta semana.

A organização avança ainda que desde outubro, 569 pessoas foram baleadas, sendo que 224 ocorreram desde segunda-feira.

Há seis desaparecidos.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou as forças de segurança de encorajarem pilhagens e distúrbios para permitir que o partido no poder declare o estado de emergência.

O Conselho Constitucional confirmou, na segunda-feira, que a Frelimo, no poder desde a independência em 1975, ganhou as eleições presidenciais de 9 de outubro, que já tinham desencadeado semanas de distúrbios mortais.

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O cabeça-de-lista da Frelimo, Daniel Chapo, obteve 65,17% dos votos.

O principal opositor de Chapo, Venâncio Mondlane, afirmou que as eleições foram manipuladas e declarou que tenciona tomar posse.

“Os nossos protestos visam o Conselho Constitucional, a comissão eleitoral e o próprio partido Frelimo, que são responsáveis pela fraude”, disse Mondlane nas redes sociais nestra quinta-feira.

Mondlane disse ainda que “não há ação policial” contra os saqueadores e acrescentou que “estão quase a encorajar as pessoas a atacar e roubar”.

“É evidente que estes actos de vandalismo estão ligados a um plano... para declarar o estado de emergência”, concluiu.

Recorde-se que, na passada segunda-feira, 23, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, afirmou que havia “falta de transparência” quanto aos resultados e instou todas as partes a “absterem-se de actos de violência e a empenharem-se numa colaboração significativa para restaurar a paz e promover a unidade”.

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